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CaixaBank espera lucros de 48 milhões do BCP apesar das provisões para créditos em francos suíços na Polónia

Apesar das provisões de 121 milhões por causa dos créditos hipotecários em francos suíços, o CaixaBank estima que o BCP apresente resultados líquidos no primeiro trimestre de 48 milhões de euros.
  • Miguel Maya
    Miguel A. Lopes/Lusa
10 Maio 2021, 23h14

O BCP vai divulgar os resultados do primeiro trimestre de 2021 no dia 17 de maio e o CaixaBank avança com uma estimativa de “um lucro líquido de 48 milhões de euros, o que consideramos um bom valor considerando as provisões de  121 milhões de euros relacionadas com os créditos hipotecários em francos suíços na Polónia”.

Recorde-se que o Bank Millennium, de que o BCP detém 50,01% do capital, “tomou a decisão de constituir, nas contas do quarto º trimestre de 2020, provisões de 379,6 milhões de zlotys para riscos legais relacionados com empréstimos hipotecários em moeda estrangeira originados pelo Bank Millennium”.

O banco polaco apresenta esta terça-feira resultados.

O CaixaBank estima que margem financeira do BCP caia 1% no trimestre.  Em parte devido a maiores custos de financiamento, nomeadamente da dívida sénior de 500 milhões de euros emitida em fevereiro e devido a um aumento dos depósitos provocando um excesso de liquidez que pesa sobre a margem financeira.

As comissões devem cair 3% no comparativo trimestral do banco liderado por Miguel Maya, já que no último trimestre houve um aumento nas comissões relacionadas com o mercado. As comissões relacionadas com a gestão de ativos “devem ter um bom desempenho”, enquanto as comissões bancárias devem ficar praticamente estáveis ​​no comparativo anual, prevê o CaixaBank.  As receitas de trading, “devem ser resilientes, apoiada por ganhos em títulos”.

O CaixaBank prevê que os custos do Millennium BCP devem cair 4% num ano e 1% face ao trimestre anterior, excluindo os custos de reestruturação registados no 1º trimestre e 4ºtrimestre de 2020. “Não esperamos encargos de reestruturação relevantes no primeiro trimestre de 2021”, dizem os analistas.

As provisões para crédito devem aumentar 44% no comparativo anual, mas devem cair 8% no comparativo trimestral com o custo do risco estimado nos 91 bps (pontos base), o mesmo que no 4º trimestre de 2020 (na extremidade inferior da orientação de 90-120 bps do banco para o global do ano).

“Outras provisões devem aumentar, impulsionadas pelas provisões para hipotecas em francos suíços de 123 milhões de euros na Polónia (ou seja, 3 milhões relacionados com a carteira do EuroBank e, portanto, cobertos pela indemnização do SocGen, que é contabilizada noutra rúbrica das receitas), enquanto as provisões sobre ativos com hipoteca devem ser relativamente pequenas”, defende o CaixaBank.

As provisões na Polónia que foram constituídas “refletem tendências negativas nas decisões judiciais, bem como alterações na metodologia de avaliação de risco”, admitiu no comunicado na altura, o banco presidido por Miguel Maya.

Os analistas do CaixaBank defendem que a taxa efetiva de imposto do BCP deve ser maior do que o normal, impulsionada pela Polónia (sem benefício fiscal sobre os encargos de litígio de hipotecas cambiais).

“Esperamos melhorias nas métricas de qualidade dos ativos”. Os Non-Performing Exposure (NPEs) devem cair 4% e 6% em termos trimestrais, respetivamente ao nível do grupo e no banco em Portugal, suportado por vendas e recuperações de crédito, estima o CaixaBank..

As novas entradas de crédito em NPE do BCP devem permanecer baixas, defende o CaixaBank, que adianta esperar que o nível de NPE aumente de uma forma mais substancial assim que a maioria das moratórias de crédito expirar, ou seja, após setembro de 2021.

O CaixaBank prevê que o rácio de capital de CET1 do BCP deve manter-se estável. “Esperamos um rácio de CET1 de 12,2% (fully loaded), inalterado no trimestre, uma vez que os lucros retidos são compensados ​​pelo mark-to-market da carteira de obrigações”.

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