O BCP vai divulgar os resultados do primeiro trimestre de 2021 no dia 17 de maio e o CaixaBank avança com uma estimativa de “um lucro líquido de 48 milhões de euros, o que consideramos um bom valor considerando as provisões de 121 milhões de euros relacionadas com os créditos hipotecários em francos suíços na Polónia”.
Recorde-se que o Bank Millennium, de que o BCP detém 50,01% do capital, “tomou a decisão de constituir, nas contas do quarto º trimestre de 2020, provisões de 379,6 milhões de zlotys para riscos legais relacionados com empréstimos hipotecários em moeda estrangeira originados pelo Bank Millennium”.
O banco polaco apresenta esta terça-feira resultados.
O CaixaBank estima que margem financeira do BCP caia 1% no trimestre. Em parte devido a maiores custos de financiamento, nomeadamente da dívida sénior de 500 milhões de euros emitida em fevereiro e devido a um aumento dos depósitos provocando um excesso de liquidez que pesa sobre a margem financeira.
As comissões devem cair 3% no comparativo trimestral do banco liderado por Miguel Maya, já que no último trimestre houve um aumento nas comissões relacionadas com o mercado. As comissões relacionadas com a gestão de ativos “devem ter um bom desempenho”, enquanto as comissões bancárias devem ficar praticamente estáveis no comparativo anual, prevê o CaixaBank. As receitas de trading, “devem ser resilientes, apoiada por ganhos em títulos”.
O CaixaBank prevê que os custos do Millennium BCP devem cair 4% num ano e 1% face ao trimestre anterior, excluindo os custos de reestruturação registados no 1º trimestre e 4ºtrimestre de 2020. “Não esperamos encargos de reestruturação relevantes no primeiro trimestre de 2021”, dizem os analistas.
As provisões para crédito devem aumentar 44% no comparativo anual, mas devem cair 8% no comparativo trimestral com o custo do risco estimado nos 91 bps (pontos base), o mesmo que no 4º trimestre de 2020 (na extremidade inferior da orientação de 90-120 bps do banco para o global do ano).
“Outras provisões devem aumentar, impulsionadas pelas provisões para hipotecas em francos suíços de 123 milhões de euros na Polónia (ou seja, 3 milhões relacionados com a carteira do EuroBank e, portanto, cobertos pela indemnização do SocGen, que é contabilizada noutra rúbrica das receitas), enquanto as provisões sobre ativos com hipoteca devem ser relativamente pequenas”, defende o CaixaBank.
As provisões na Polónia que foram constituídas “refletem tendências negativas nas decisões judiciais, bem como alterações na metodologia de avaliação de risco”, admitiu no comunicado na altura, o banco presidido por Miguel Maya.
Os analistas do CaixaBank defendem que a taxa efetiva de imposto do BCP deve ser maior do que o normal, impulsionada pela Polónia (sem benefício fiscal sobre os encargos de litígio de hipotecas cambiais).
“Esperamos melhorias nas métricas de qualidade dos ativos”. Os Non-Performing Exposure (NPEs) devem cair 4% e 6% em termos trimestrais, respetivamente ao nível do grupo e no banco em Portugal, suportado por vendas e recuperações de crédito, estima o CaixaBank..
As novas entradas de crédito em NPE do BCP devem permanecer baixas, defende o CaixaBank, que adianta esperar que o nível de NPE aumente de uma forma mais substancial assim que a maioria das moratórias de crédito expirar, ou seja, após setembro de 2021.
O CaixaBank prevê que o rácio de capital de CET1 do BCP deve manter-se estável. “Esperamos um rácio de CET1 de 12,2% (fully loaded), inalterado no trimestre, uma vez que os lucros retidos são compensados pelo mark-to-market da carteira de obrigações”.
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