[weglot_switcher]

Campeonato do Mundo. Qatar espera ver um impacto na economia e no turismo

O país do Médio Oriente investiu 220 milhões de dólares, mas menos de 5% deste valor foi gasto em estádios. Grande parte do dinheiro visa impulsionar vários sectores de atividade naquele território e diversificar uma economia muito centrada na exploração de gás e petróleo. Porém, são vários os entraves às empresas.
Estádio Al Janoub
13 Dezembro 2022, 22h10

O Campeonato do Mundo 2022 de futebol é o mais caro alguma vez organizado. Jogado no Qatar, conta com um investimento estimado em 220 milhões de dólares (207 milhões de euros, à taxa de câmbio atual). Ainda assim, menos de 5% deste valor foi gasto em estádios, sendo a larga maioria canalizado para a construção de infraestruturas que têm como propósito gerar benefícios económicos que vão muito além do futebol, de acordo com a informação divulgada em comunicado pela ‘Crédito y Caución’.

Aquele país, situado no Médio Oriente elaborou um plano chamado “Visão Nacional 2030”, com o propósito de diversificar uma economia potenciada essencialmente pela exploração de gás natural e petróleo. O investimento em infraestruturas faz parte dessa linha de pensamento, tendo em vista a criação de oportunidades em variados sectores de atividade e a atração de investimento estrangeiro.

Um dos grandes objetivos com a realização do Mundial é atrair turismo, com as campanhas de marketing a destacarem o Qatar como destino de férias. A título de exemplo, a Fitch antecipa um aumento neste âmbito para os 3,5 milhões de visitantes em 2026 (2,9 milhões em 2016). Após o Mundial, o Catar vai receber a Copa Asiática em 2023 e os Mundiais de Natação de 2024, na procura por continuar a fazer crescer o seu reconhecimento um pouco por todo o mundo.

Outro objetivo, de acordo com o mesmo comunicado, passa por incentivar ao desenvolvimento de segmentos como a tecnologia, o design e a investigação, assim como o incentivar do espírito empresarial. Exemplo disso é o edifício M7, recentemente terminado. Localizado no centro de Doha, é descrita por especialistas como “o epicentro da inovação e do espírito empresarial” nas referidas áreas.

O país tem ainda procurado criar condições para atrair o investimento estrangeiro. Nesta temática, destacam-se os direitos de importação da maioria dos produtos a 5% (podendo chegar a 20% quando competem com produtos locais). Ainda assim, apesar de a dependência do gás e do petróleo ser altamente lucrativa, significa também que fica à mercê da a conjuntura dos respetivos mercados, o que pode deixar algumas empresas de pé atrás. Talvez por isso, associado ao facto de que a população é relativamente pequena (2,7 milhões de pessoas), o Qatar é muitas vezes visto como uma porta de entrada para o Golfo Pérsico, e não necessariamente um destino final.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.