Se os Estados Unidos voltarem a impor algumas tarifas aos produtos canadianos com base no alumínio, o Canadá responderá aplicando tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos, disse uma fonte do governo esta quinta-feira.
“Vamos reagir de forma muito semelhante à última [vez que foram impostas novas] tarifas”, disse uma fonte do governo canadiano ouvida pela agência Reuters, falando pouco antes de o presidente Donald Trump confirmar que estava a impor medidas punitivas contra o Canadá.
Em junho de 2018, depois de Trump anunciar sanções contra as importações de produtos canadianos de aço e alumínio, o Canadá impôs medidas punitivas que afetaram 16,6 mil milhões de dólares (cerca de 12,5 mil milhões de euros) em produtos norte-americanos.
Trump decidiu suspender as sanções em 2019, no que foi visto como uma tentativa de normalizar as relações comerciais com o vizinho do norte, tradicional cliente e fornecedor dos Estados Unidos.
O regresso das sanções pretende defender, segundo a Casa Branca, a produção norte-americana, mas as empresas que usam o alumínio e o aço canadiano, mais barato em alguns casos, não parecem ter ficado satisfeitas com a decisão da administração Trump.
Os analista referem que esta nova ‘ronda’ de sanções contra o Canadá deve ser compreendida à luz da campanha eleitoral em curso nos Estados Unidos. Trump venceu as eleições anteriores muito por causa da sua visão defensiva do comércio internacional, e está a tentar reutilizar o mesmo tipo de argumentos numa altura em que uma reeleição parece estar cada vez mais difícil.
O Canadá é que parece não estar disponível para aguentar com os efeitos colaterais da campanha e, se tiver mesmo de impor retaliações, nada indica que as motivações de Trump venham a ser atingidas.
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