O Canadá é a mais recente escala do périplo planetário que Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana ao regime de Nicolás Maduro, está a fazer há cerca de uma semana – e que o levou, entre vários outros lugares, ao Fórum de Davos. E foi em Otava, Canadá, que Guaidó ouviu do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e do ministro das Relações Exteriores, François-Philippe Champagne, um ambicioso plano de paz e entendimento que, para ser verdadeiramente eficaz, deve tentar envolver Cuba, o principal aliado regional de Maduro.
Donald Trump, que por essa altura estava envolvido noutro plano de Paz, o do Médio Oriente, ainda não se pronunciou, mas nada indica que a Casa Branca venha a apoiar a iniciativa canadiana.
François-Philippe Champagne disse que conversou por telefone com Gustavo Meza Cuadra, ministro das Relações Exteriores do Peru (que chefia o Grupo de Lima), sobre medidas adicionais para encontrar uma solução para a crise venezuelana. “Precisamos de pensar no próximo passo”, disse Champagne, afirmando que o Canadá entrará em contato com alguns países que podem ajudar nessa tarefa – e que um deles é Cuba.
Guaidó reconheceu que o regime cubano pode ser “parte da solução” – mas não se coibiu de recordar que até o momento Havana apenas apoiou o governo de Maduro e tem estado sempre ao lado do regime. Hugo Chávez, antecessor de Maduro e que foi operado várias vezes em Cuba, teve sempre naquele país (e também na Bolívia de Evo Morales) o suporte necessário para empreender as suas políticas internas.
O ministro das Relações Exteriores do Canadá disse em entrevista coletiva que a conversa com Guaidó estava focada na necessidade de “reavivar” os esforços para resolver a crise no país sul-americano e observou que o Canadá quer uma transição pacífica, liderada pelo povo venezuelano através de eleições livres, justas e o mais rapidamente possível.
Juan Guaidó também participou numa reunião com embaixadores de países que compõem o Grupo de Lima – que se tem destacado no combate ao regime de Maduro, apesar das reticências de alguns dos países que o compõem. Aos embaixadores, Guaidó afirmou que “com o primeiro-ministro Justin Trudeau conversámos sobre a necessidade de consolidar ações internacionais para defender os direitos humanos na Venezuela e a segurança da região.
Londres, Bruxelas, Paris e Madrid foram as capitais europeias por onde Juan Guaidó passou, com encontros ao mais alto nível. Entretanto, a imprensa especula que Guaidó pode ainda, antes de regressar à Venezuela, ser recebido na Casa Branca por Donald Trump. No início do périplo internacional, a 19 de janeiro, Guaidó encontrou-se com o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo.
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