As organizações precisam de equipas que façam parte da solução: atentas, identificando problemas e oportunidades; reflexivas, prospetando criticamente alternativas, concebendo criativamente; e orientadas para a ação com resultados, propondo inovações com drive para empreender.

A liderança, recorrentemente conceituada como ‘processo de controlo social exercido por um indivíduo’, é também conteúdo de atividade em rede de inter-regulação do agir, local e historicamente situada, compreendendo, não apenas a determinação do desempenho das equipas pelos comportamentos dos/as líderes, mas também a determinação das equipas a partir das suas capacidades. A efetividade da conjugação da liderança procedente de decisores formais e de equipas depende de pessoas capazes de dinâmica e concertadamente protagonizar em tempo real autoria nos conteúdos e nos processos das atividades. A formação de executivos deve contribuir para que neste decurso em atividade real todos sejam tripulação e locomotiva.

A oferta formativa fica aquém de cumprir este papel se o paradigma for: abstração do contexto e dos desafios da atividade particular dos formandos; estes focados nas matérias e nas solicitações gerais dos formandores; a relação com estes se restringir à unidade curricular que conduzem; a coordenação científica e pedagógica for esporádica; e as ações apenas avaliadas pela aprendizagem de matérias e atribuição de satisfação aos serviços pedagógico e logístico.

Esta oferta não responde ao ‘so what?! – o que faço com o que aprendi’, porque não ajuda à conceção e ao pôr em prática projetos pessoais para responder a problemas e desafios particulares passíveis de variar no curso da formação. O formando é um coletor de conhecimento a quem incumbe integrar os saberes disciplinares para fazer algo que terá de decidir subsequentemente por si.

A oferta formativa deverá assentar noutro referencial, a saber: considerar o contexto de atividade dos formandos; focar estes na resolução de problema específico na missão de desenvolver e implementar um projeto como resposta (de carreira, negócio, melhoria de produto, serviço ou operações); assumir os formandos como protagonistas da aprendizagem e desenvolvedores de conhecimento, designers e obreiros de mudança; expô-los a pensar e explorar o potencial criativo para inovar; o serviço educativo ajudar na elaboração dos projetos com didática adaptável à turma e a cada formando; a coordenação científica e pedagógica ser de contacto regular; a responsabilidade sobre os resultados da formação ser partilhada pela equipa pedagógica; facultar coaching individual aos formandos; com avaliação das aprendizagens centrada na defesa dos projetos integradores dos contributos gerais e casuisticamente adaptados das unidades curriculares; e considerando na avaliação da formação a aplicação e impacto da aprendizagem.

Neste quadro, em que numa lógica de produto os formandos são transdutores de conhecimentos em ação orientada para operar mudanças, o valor da oferta aumenta proporcionando uma experiência transformadora, memorável e impactante.

As escolas de negócios do ensino superior têm responsabilidade na oferta deste nível de serviço considerando a capacidade para conferir qualificações e que delas se espera inovação, discriminando de outros players. Há que ir além e reforçar o valor da marca com inovação na engenharia do desenvolvimento humano, diversificando a oferta que antecipa a procura com uma que responda às necessidades dinâmicas dos clientes.