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Carlos Costa agradece a Draghi: “Apoio do BCE ajudou e continua a ajudar Portugal”

Carlos Costa esteve presente no jantar de despedida de Mario Draghi, na Alemanha, onde recordou a chegada do italiano à liderança da autoridade monetária da zona euro: “Oito anos passaram, o euro está aqui para ficar e repousa sobre fundações muito mais fortes”.
Cristina Bernardo
24 Outubro 2019, 09h52

O governador do Banco de Portugal (BdP) agradeceu esta quarta-feira a Mario Draghi os oito anos em que esteve à frente do Banco Central Europeu (BCE) e o apoio que o italiano concedeu a Portugal, “que passou por uma crise tão profunda”.

Para o governador do BdP, Mario Draghi mostrou uma “capacidade notável” de avaliar o contexto, separar o essencial do secundário, criar consenso dentro do conselho do BCE para estabelecer políticas não convencionais que eram necessárias, convencer os líderes europeus da necessidade de fortalecer os pilares da União Económica e Monetária e estabelecer o Mecanismo Único de Supervisão. “Obrigado por nos deixar um BCE credível, maduro e independente, totalmente comprometido com a estabilidade de preços e a supervisão bancária”, disse.

Carlos Costa esteve presente no jantar de despedida que se se realizou em Frankfurt e, enquanto governador mais antigo de um banco central no conselho do BCE, teve oportunidade de discursar e de recordar a chegada de Mario Draghi à presidência do BCE, altura em que a Europa “estava a mergulhar profundamente na crise da dívida soberana”.

“Os mercados financeiros questionaram a capacidade dos países da zona euro altamente endividados de pagar as suas dívidas. Uma ruptura do euro era uma possibilidade real”, lembrou. “Oito anos passaram, o euro está aqui para ficar e repousa sobre fundações muito mais fortes”, garante.

Mario Draghi presidirá esta quinta-feira à sua última reunião enquanto presidente do BCE, terminando, assim, a oito anos de mandato. A partir de novembro, a liderança da autoridade monetária da zona euro passa a ser tarefa de Christine Lagarde, ex-dirigente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo Carlos Costa, o ainda presidente do BCE “teve a coragem de procurar soluções que testassem os limites do nosso mandato comum, ao mesmo tempo em que era aberto e flexível sobre como alcançá-lo”, algo que o obrigou a lidar com a falta de entendimento em  certos segmentos da opinião pública.

O governador do BdP aproveitou o encontro para caracterizar a personalidade do banqueiro e economista italiano: intelectualmente curioso, aberto, genialidade, e capaz de incutir disciplina mental. “Entendeu os problemas com os quais fomos confrontados, teve a coragem e o senso de urgência que a situação exigia, mostrou a autoridade, a experiência e a determinação de agir decisivamente, foi capaz de pensar – e agir – imediatamente”, referiu Carlos da Silva Costa.

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