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Carlos Costa: “Bancos não podem voltar a financiar participações sociais”

Financiamento de partes relacionadas com estruturas opacas e em jurisdições exóticas e o financiamento de participações sociais com crédito levou à transformação de depósitos em crédito e deste em capital.
Cristina Bernardo
23 Novembro 2016, 11h06

Carlos Costa diz que os bancos devem afetar capital para absorver perdas de legado do passado em benefício dos resultados futuros. Mas diz que esta operação esbarra no facto de os gestores não serem os mesmos que vão estar à frente das instituições quando esses resultados futuros se efectivarem. O Governador do Banco de Portugal participa no Fórum da Banca do Jornal Económico e da PWC.

Carlos Costa apontou seis fatores de fragilidade do sistema financeiro português. Entre eles o financiamento de partes relacionadas de instituições com estruturas opacas e jurisdições pouco transparentes. “Converteram-se depósitos em crédito e crédito em capital”, disse o Governador.

Carlos Costa diz que outra fragilidade do passado foi o financiamento bancário para aquisição de participações sociais. “Os bancos não podem voltar a financiar participações sociais”

A subestimação do risco e maximização da concessão de crédito, é outro fator de risco. O Governador realçou a importância da dimensão macro-prudencial.

O financiamento de setores dependentes da capacidade de endividamento da procura; o financiamento de empresas com reduzidos níveis de capitais próprios e financiamento de particulares com elevada exposição ao ciclo económico completam a lista de fatores de fragilidade.

O Governador avisou que o impacto do legado ainda se vai continuar a refletir nos resultados dos bancos.

Na comparação com a média europeia os bancos são penalizados pelos maior nível de imparidades.

O Banco de Portugal apresenta dados do setor nacional: Há 53 mil milhões de euros de NPE (crédito em risco) dos quais 21 mil milhões são imparidades. O valor dos colaterais desses creditos soma 26 mil milhões de euros.

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