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Carregosa defende que atual fase do ciclo económico “deverá continuar a suportar o mercado de dívida”

“Relativamente ao nosso posicionamento, e uma vez que deveremos continuar a ter estabilidade nos spreads de crédito, vemos boas oportunidades em obrigações de High Yield, convertíveis, híbridas, verdes e fallen angles. Contudo, preferimos maturidades até aos 5 anos”, diz a análise do Banco Carregosa.
23 Julho 2021, 20h53

No primeiro semestre do ano foram emitidos 176,2 mil milhões de euros em dívida de Investment Grade (grau de investimento) valor semelhante ao que foi emitido nos anos de 2017 (183 mil milhões) e 2019 (183,3 mil milhões), mas abaixo do valor recorde de 2020 (287,8 mil milhões), ano em que “as empresas procuraram o mercado para reforçar a liquidez e enfrentar as dificuldades ditadas pela pandemia”, refere o Banco Carregosa.

“Os prémios de risco destas emissões, após terem tido um grande aumento no ano passado, registaram mínimos históricos e é possível que continuem a descer”, defende o banco  nas “Perspetivas Trimestrais Banco Carregosa – Outlook Verão 2021”.

O banco considera que a atual fase do ciclo económico “deverá continuar a suportar o mercado de dívida e a manter estáveis os spreads de crédito da dívida europeia, alicerçado no crescimento económico e na elevada liquidez existente”.

“O mercado de High Yield tem testemunhado um período de bonança e as empresas têm conseguido financiar-se facilmente, com os prémios de risco em mínimos históricos e as previsões para as taxas de default a serem consecutivamente revistas em baixa por várias casas de investimento”, defendem os analistas do Carregosa.

Os bancos centrais procuram uma normalização da política monetária de forma a que o seu impacto seja minimizado. “Na Europa, o BCE deverá ser prudente na preparação do fim do programa de compra de ativos pandémicos”, acrescenta o banco.

A primeira emissão do “Next Generation EU” (NGEU), que consiste num pacote de recuperação para apoiar os estados membros atingidos pela pandemia, será dotado de um montante de 750 mil milhões de euros, com duração até 2026 e do qual cerca de 20% do financiamento deverá ser em obrigações verdes. Sendo que para este ano, o objetivo da Comissão Europeia é financiar-se em 80 mil milhões de euros, dos quais 20 mil milhões já foram emitidos. Ora “esta emissão poderá vir a ser um passo para um maior compromisso a nível europeu”, defende o Banco Carregosa.

Os analistas dizem que a subida da taxa de inflação pode não ser necessariamente negativa para o mercado de crédito. “Se aliada a taxas de inflação mais elevadas, houver crescimento económico e as empresas conseguirem passar para o consumidor final preços mais altos, tal poderá impulsionar o EBITDA e até permitir uma desalavancagem natural dos balanços das empresas”, dizem os analistas do Banco Carregosa.

“Relativamente ao nosso posicionamento, e uma vez que deveremos continuar a ter estabilidade nos spreads de crédito, vemos boas oportunidades em obrigações de High Yield, convertíveis, híbridas, verdes e fallen angles. Contudo, preferimos maturidades até aos 5 anos”, diz a análise assinada pelo Chief Investment Officer.

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