O Chega enviou uma carta ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em que defende que o Governo não pode “tolerar provocações e contramanifestações que terão como único objetivo a tentativa de criar confrontações e distúrbios”. Em causa está a “concentração pela liberdade”, organizada por um grupo de cidadãos de Évora, que apela a uma manifestação na Praça do Giraldo, a partir das 17h00 de sexta-feira, sendo também esse ponto central da cidade alentejana o ponto de chegada da marcha “contra a hipocrisia do racismo para esconder a corrupção” que o partido liderado por André Ventura irá fazer a partir das 19h30 do mesmo dia.
Segundo a carta do Chega a Eduardo Cabrita, a “manifestação organizada, calma e pacífica, cumprindo ao máximo as regras do distanciamento social da Direção-Geral da Saúde e outras que o bom-senso dite, de forma a garantir a segurança máxima de todos os participantes”, previamente comunicada às autoridades pelo partido, cuja segunda convenção nacional decorrerá em Évora durante o fim-de-semana, será confrontada com uma contramanifestação na mesma cidade, com percurso e horários próximos, “numa postura de clara provocação e sobretudo de intolerância, que temos o dever de denunciar e não poderemos de forma alguma aceitar”.
“A paz social é uma das maiores e melhores características do nosso país e tudo faremos para a manter”, defende o partido liderado por André Ventura, apelando ao Ministério da Administração Interna para não tolerar um evento que considera ser organizado com a intenção de gerar distúrbios. Algo de que o Chega alega sempre se ter demarcado, apresentando como exemplo “a forma ordeira” como decorreram as duas manifestações que promoveu até agora.
A primeira reação dos descontentes com a manifestação do Chega foi uma petição pública que requeria a “proibição da marcha contra o antirracismo em Évora e qualquer outra que a siga”, destinando-se ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e ao presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá. Mais tarde, foi organizada a “concentração pela liberdade”, tendo um dos seus promotores, Bento Anastásio, dito à Rádio Diana FM que “andar um bando de fascistas pelas ruas da cidade de Évora é um desrespeito e uma ofensa”. O mesmo elemento da organização garantiu que a concentração será pacífica e no respeito pelas regras da Direção-Geral da Saúde e pelo estado de contingência, considerando que “a escolha da cidade de Évora por parte do senhor Ventura foi uma provocação aos democratas e à democracia que se vive na nossa cidade”.
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