[weglot_switcher]

Como a inteligência artificial pode estar ao serviço do setor do imobiliário

A plataforma de inteligência artificial, que agrega e atualiza diariamente a informação do mercado de milhares de fontes, tem como missão e visão tornar o imobiliário mais transparente, ao construir a base de dados mais completa e ‘limpa’ do mundo.
19 Maio 2019, 17h00

Chegou ao mercado nacional há menos de um ano e já domina o setor, trabalhando  com as maiores marcas e grupos imobiliários em Portugal. A Casafari, entrou no nosso país pelas mãos de empreendedores estrangeiros, tendo começado a operar em Espanha em 2016. Utiliza a inteligência artificial e é a única empresa no mundo que agrega e atualiza diariamente a informação do mercado imobiliário de milhares de fontes de mais de 100 milhões de data points.

Mila Suhareva, uma das cofundadoras do projeto, explica ao Diário Imobiliário, que é a única empresa no mundo que elimina a duplicação de anúncios diferentes de um mesmo imóvel com variáveis diferentes, desde os preços, áreas, imagens, localizações e tipologias. “Nesse sentido, apenas a Casafari pode mostrar agências imobiliárias concorrentes que vendem o mesmo imóvel com informações contrárias”, garante.

A responsável admite que Portugal tem muito potencial e apesar de já trabalhar com as maiores marcas e grupos imobiliários, ainda assim, só cobre 10% do mercado. “A nossa missão e visão são tornar o mercado imobiliário mais transparente, ao construir a base de dados mais completa e ‘limpa’ do mundo, pelo que, este ano, estamos ainda mais focados na nossa expansão internacional. O objetivo é sermos uma empresa global com sede em Lisboa, devido ao excelente acesso a grandes talentos, uma vez que estamos em constante recrutamento dos melhores developers e profissionais de machine learning”, revela Mila Suhareva.

Mais de quatro mil clientes profissionais diarimente

A fundadora da Casafari, indica ainda que como equipa já são 50 colaboradores e terão mais de 100 colaboradores até ao final deste ano, daí a necessidade de se terem mudado para um escritório maior no Bairro Alto. Mila Suhareva revela que a adesão à plataforma tem sido extraordinária e o reflexo disso é o facto de a Casafari trabalhar já com as agências imobiliárias de referência no mercado português, como a Sotheby’s International Realty, a Century 21, a RE/MAX, a Savills, a Fine&Country, a Engel & Völkers, a Keller Williams, a Lucas Fox, a Barnes, entre outras. “Atualmente, temos já mais de quatro mil clientes profissionais que acedem diariamente à plataforma. A Casafari veio alterar e acelerar a forma como os profissionais do mercado imobiliário trabalham. Os consultores passam a ter toda a informação do mercado disponível online concentrada numa só plataforma, o que facilita ao nível do controlo da exclusividade, controlo do portefólio e na procura de produto para compradores e novas angariações”, salienta.

Mila Suhareva, adianta que o mercado imobiliário português tem evoluído nos últimos anos, “graças a vários programas que atraem investidores estrangeiros, a procura interna cresceu rapidamente, aproximando-se do nível de outras cidades europeias”. Acrescentando que “o Porto também tem seguido esta tendência. Como é esperado nos mercados com uma procura consistente e um ciclo económico positivo, os factores endógenos começam a desempenhar um papel muito importante: o excesso de oferta e as especulações dos investidores aparecem nos locais urbanos mais exclusivos, que testemunharam uma forte procura em anos anteriores”.

Por outro lado, através da Casafari, admite que, atualmente, outros locais vizinhos têm maior procura e falta de oferta a curto prazo. “Por exemplo, nos últimos seis meses, a oferta em Oeiras e nas zonas em volta do Marquês de Pombal, em Lisboa, diminuiu 30%. Portanto, para cada redução de preço, houve um aumento de preço num imóvel listado em Oeiras e dois aumentos de preço nos imóveis listados nas áreas em torno do Marquês de Pombal – e isto tem vindo a crescer no último mês”, explica.

Já se verifica correção de preços

Ainda assim, a responsável admite que está a falar de ciclos imobiliários em mercados hiperlocais devido a factores externos estáveis e saudáveis. “Se a situação económica geral permanecer estável, os mercados hiperlocais continuarão a ter ciclos imobiliários próprios, às vezes opostos aos seus vizinhos. Se a situação económica mudar, dependerá muito de quão diversa será a procura. No entanto, já é possível ver a correção de preços em áreas que tiveram algum excesso de oferta nos últimos anos, ainda que a um nível muito insignificante, especialmente se compararmos Lisboa a cidades como Barcelona. Lisboa e Portugal ainda parecem saudáveis nas mudanças de oferta e de preço”.

Quanto a outras empresas que estão a entrar no mercado imobiliário a utilizar inteligência artificial, a fundadora da plataforma revela que a concorrência é algo positivo, no sentido de que os motiva e os obriga a melhorar a cada dia. “No entanto, embora algumas empresas afirmem que usam IA, não a usam na realidade. Hoje em dia é uma palavra que está muito na moda. Continuamos a ser a única empresa que constrói a base de dados de imobiliário mais limpa e completa”, conclui.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.