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Catarina Martins acusa PS de “desorientação” por causa do “enorme desejo de uma maioria absoluta”

Em entrevista ao jornal “Diário de Notícias” e à rádio TSF, a líder do BE critica “desorientação do PS, que passou negociações que estava a fazer à esquerda de determinados dossiês para os negociar à direita. Julgo que esta desorientação do PS terá que ver, talvez, com o seu enorme desejo de uma maioria absoluta”.
30 Junho 2019, 15h45

“Neste momento estamos a viver um período talvez de alguma desorientação do PS, que passou negociações que estava a fazer à esquerda de determinados dossiês para os negociar à direita. Julgo que esta desorientação do PS terá que ver, talvez, com o seu enorme desejo de uma maioria absoluta”, declarou Catarina Martins, líder do BE, em entrevista ao jornal “Diário de Notícias” e à rádio TSF.

“O PS quer muito uma maioria absoluta e, com isso, tornou-se desorientado na forma como negoceia os vários dossiês. Não é um problema de agora, é um problema que nós já vamos detetando há algum tempo e temos vindo a falar disso. Lembro que há mais ou menos um ano tínhamos um acordo feito sobre a legislação laboral e depois o Governo decidiu ir à concertação social e destruir o acordo que tinha feito com a esquerda, para propor uma legislação laboral que, aliás, terá o apoio da direita”, exemplificou a líder dos bloquistas.

No que respeita à negociação da nova Lei de Bases da Saúde, Martins considera que “este volte-face confirma uma grande confusão da parte do PS, que tem conduzido o processo da Lei de Bases da Saúde entre recuos e ziguezagues. É sabido que o PS, tendo a disponibilidade da esquerda para aprovar uma lei que proteja o SNS público e universal, preferiu virar-se para uma negociação com a direita que votou contra a criação do SNS. Fracassadas estas negociações, é hora de o PS responder ao que nunca respondeu: aceita ou não a proposta do BE para adiar a decisão sobre novas PPP e, com isso, aprovar uma lei de bases que dê passos importantes para salvar o SNS?”

E garantiu: “O BE, temo-lo dito, nunca votará uma proposta que abra a porta à privatização dos hospitais públicos, mas nunca faltará a uma solução que salve o SNS”.

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