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Catarina Martins: “Decretar a requisição civil é um erro e uma limitação do direito à greve”

Coordenadora do Bloco de Esquerda apelou para que o Governo “pare com as provocações” e exija que “todas as partes se sentem em negociações sem pré condições”.
  • © Jornal Económico/ Cristina Bernardo
13 Agosto 2019, 12h10

“O que precisamos neste momento é parar com a escalada de provocações, ter responsabilidade e precisamos que as várias partes se sentem à mesa numa negociação que respeite os direitos dos trabalhadores”, começou por criticar Catarina Martins à porta do Centro de Medicina da Reabilitação de Rovisco Pais, em Tocha, Cantanhede, esta terça-feira. “Decretar a requisição civil a pedido das entidades empregadoras é um erro e uma limitação do direito à greve”, prosseguiu

A coordenadora do Bloco de Esquerda visitou aquela unidade para acompanhar a situação de alguns trabalhadores no setor da saúde com vínculo precário. Em declarações aos jornalistas, a deputada prestou falou sobre o estado atual da greve dos motoristas e criticou a decisão do Governo de decretar uma requisição civil.

“Já ficou determinado que há horários de trabalho absolutamente selvagens neste setor e que há uma fuga generalizada das contribuições à segurança social. O Governo já tinha conhecimento da situação e portanto devia ter agido para travar esta escalada”, afirmou em declarações aos jornalistas.

“Neste momento, sendo esta uma greve que mobiliza tantos recursos públicos, o governo não deve apelar apenas ao entendimento. Deve exigir que todas as partes se sentem em negociações sem pré condições. O país não pode ficar em suspenso da irresponsabilidade e provocações”, rematou.

O Governo decretou esta segunda-feira requisição civil para a zona sul do país a partir de Sines, abastecimentos da REPA (Rede Estratégica de Postos de Abastecimento) e aeroportos e ainda de unidades autónomas de gás natural (setores onde se registou o incumprimento dos serviços mínimos), e após reunião do Conselho de Ministros eletrónico, de forma a diminuir o efeito das greve dos motoristas de matérias perigosas que teve início à meia-noite, anunciou Tiago Antunes, secretário de Estado da Presidência do Conselho Ministros.

O governante justificou esta decisão com o facto de se ter registado incumprimento de serviços mínimos na zona sul do país a partir de Sines, abastecimentos da REPA (Rede Estratégica de Postos de Abastecimento) e aeroportos e ainda de unidades autónomas de gás natural. Relativamente ao Aeroporto de Lisboa, Tiago Antunes realçou que, no que concerne a abastecimento de combustível, apenas 25 das 119 viagens tinham sido concretizadas até às 16h00 desta segunda-feira.

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