Eduardo Catroga criticou hoje o Governo de António Costa, considerando que não tem feito reformas, nem na economia, nem noutros sectores.
“O Governo não gosta de fazer reformas, é um governo conservador, não é progressista. Não querem correr riscos. Nem fizeram a reforma do sistema político, nem da justiça”, afirmou hoje o ex-ministro das Finanças.
As declarações tiveram lugar durante o painel “Portugal em 2024” durante a conferência Outlook 2024 que celebra o 7.º aniversário do Jornal Económico que decorre hoje em Cascais.
Na sua intervenção destacou que a economia portuguesa está a arrefecer depois de o Banco de Portugal ter revisto em baixa a sua produtividade para este ano: 2,1%. “O arrefecimento vai continuar em 2024”.
“O cenário não é de crise, é de crescimento moderado. O crescimento nominal vai ser na casa dos 5%, com o custo médio da dívida nos 1,8%/1,9%. Neste cenário, podemos fazer consolidação inteligente, baixando o rácio da dívida pública no PIB, o saldo primário é positivo, o rácio da dívida pública sobre o PIB cai estrondosamente. Vamos baixar o rácio da dívida pública em 20 ou 30 pontos. Vamos chegar ao final de 2024 com potencial de termos dívida pública no PIB até abaixo de 100%”, afirmou o economista.
“Isto significa que temos todas as condições para continuar a crescer, consolidação orçamental inteligente, mas não temos condições políticas, não vejo ímpeto reformador, para desenvolver políticas estruturais do lado da oferta”, declarou.
Eduardo Catroga destacou a carga fiscal em Portugal, com um peso de 36% de impostos diretos, indiretos e mais contribuições para a Segurança Social. Destacou que o país surge mal posicionado na carga fiscal quando comparado com os parceiros da OCDE.
“O esforço fiscal relativo é superior à média”, disse, apontando para um “sufoco fiscal, asfixia fiscal”.
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