Então vamos a eleições outra vez! Está bonito! – diz o meu amigo José. Tens ideia em que partido vais votar?, pergunto.

Não está fácil! É escolher entre o mau, o muito mau e o péssimo. No panorama actual faz falta um partido assente em princípios claros e que não esteja extremado ou dividido como todos os outros! Ai sim? Explica lá isso melhor.

O PSD é um partido fracturado e sem alma. A liderança é apagadíssima. Não me lembro quem foi que disse que o Luís Montenegro, se não fosse o PSD, era um advogado de província. Foi bem na mouche ! Não se define, nem apresenta um discurso autêntico, mobilizador e ambicioso. Nada. Um deserto.

O PS está ainda pior. Um partido descredibilizado – os serviços públicos estão caóticos e os impostos um esbulho! A corrupção é endémica. Quem se perfila para a liderança, ou é o José Luís Carneiro da continuidade ou é o Pedro Nuno Santos que pretende levar o partido ainda mais para a extrema-esquerda. Que medo!

E a Iniciativa Liberal? Que saco de gatos. Nem o partido consegue gerir. É uma voz útil para esticar o debate, mas governo? Nem pensar. E que dizer do PCP e do Bloco de Esquerda? Se um dia fossem governo provavelmente arruinavam Portugal ainda mais que o Chega! Extrema-esquerda ou extrema-direita para mim é tudo a mesma coisa, só muda a mosca! O Chega é uma externalidade política negativa da falência do regime Português! Então, em quem vais votar afinal?, pergunto.

Olha, sabes o que tenho pensado?, responde o José com ar determinado. Faz falta o CDS-PP. Um partido com história, com uma matriz doutrinária clara e que mantém alguns bons quadros – assim eles voltem! Se souber evoluir o posicionamento em algumas questões e estiver mais presente e assertivo, acho que pode ser uma boa surpresa. O meu voto já tem. E sei de muita gente que pensa igual. Olha, não é mal visto – replico.

No contexto actual, o CDS-PP pode ser um voto seguro e útil. Mas, com a memória dos portugueses, se calhar já nem se lembram que o partido existe! Pois, há esse problema – diz o José. Parece que a doença de Alzheimer é um problema sério em Portugal. Ninguém é condenado por falta de memória!

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.