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CDS-PP pede ao Governo que esclareça proposta de readmissão de idosos infetados em lares

Numa pergunta enviada ao Ministério da Saúde, os democratas-cristãos questionam se esse processo foi pensado em articulação com o setor social e solidário e se não comporta riscos de contágio ou reincidência de infeção para os próprios doentes e funcionários.
  • Ana Rita Bessa
    Deputada do CDS-PP no Congresso de Aveiro
7 Abril 2020, 12h43

O CDS-PP querem saber se o Governo está a ponderar a readmissão de utentes em lares, apesar de terem testado positivo no teste à Covid-19. Numa pergunta enviada ao Ministério da Saúde, os democratas-cristãos questionam se esse processo foi pensado em articulação com o setor social e solidário e se não comporta riscos de contágio ou reincidência de infeção para os próprios doentes e funcionários.

Em causa estão as declarações da ministra da Saúde, Marta Temido, que apelou aos lares e unidades de cuidados continuados para que readmitam utentes infetados pela Covid-19. “Se o teste for positivo e não houver necessidade de internamento, apelamos a que o idoso regresse à instituição com condições adequadas: que fiquem isolados e que tenham cuidadores dedicados e devidamente protegidos”, referiu a ministra.

O CDS-PP sublinha, no entanto, que a quarentena necessária é de, pelo menos, 14 dias. Os democratas-cristãos notam também várias entidades do setor, sobretudo as Estruturas Residenciais de Apoio a Idosos (que têm perfil residencial e não de prestação de cuidados de saúde) “afirmaram não ter condições infraestruturais, nem de recursos humanos, para acolher estes doentes, garantindo-lhes os necessários cuidados de saúde, nem assegurando aos restantes utentes e funcionários, a segurança quanto à inibição de contágio”.

Na pergunta enviada pela deputada Ana Rita Bessa, o grupo parlamentar do CDS-PP diz estar “ciente da necessidade de aliviar a pressão hospitalar”, mas entende que é necessário que o Ministério da Saúde esclareça este apelo que foi feito e se tem consciência de que nem todos os lares e unidades de cuidados continuados integrados têm condições para responder a este pedido.

O partido pede também que o Governo esclareça se a readmissão de idosos nos lares e unidades de cuidados continuados não comporta riscos para a saúde dos doentes e funcionários e se é “relevante e necessária a verificação prévia das condições dos lares, para o reingresso em segurança do idoso em recuperação”.

Os democratas cristãos querem ainda saber se, em alternativa, não foi ponderada a possibilidade destes doentes serem “transitoriamente acolhidos noutros hospitais de retaguarda, sejam eles do setor social ou do setor privado”.

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