[weglot_switcher]

Central a carvão do Pego fecha este ano. Futuro passa pelas energias renováveis

A Tejo Energia é detida pela espanhola Endesa e a Trustenergy. A central localizada a 150 quilómetros de Lisboa tem uma potência instalada de cerca de 330 megawatts (MW) e vai fechar até final de 2021. Depois do encerramento da central de Sines da EDP em janeiro, o Pego é a única central a carvão em operação no país.
25 Fevereiro 2021, 08h00

A central a carvão da Tejo Energia no Pego, concelho de Abrantes, distrito de Santarém, vai encerrar no final de 2021. Depois do fecho da central da EDP em Sines em janeiro deste ano, o Pego é a única central a carvão em funcionamento no país.

A Tejo Energia é detida pela espanhola Endesa e a Trustenergy, um consórcio constituído pelos franceses da Engie e os japoneses da Marubeni. A central localizada a 150 quilómetros de Lisboa tem uma potência instalada de cerca de 330 megawatts (MW).

O futuro desta central deverá passar pelas energias renováveis, avançou o presidente executivo da espanhola Endesa.

“Estamos a falar e a negociar com os nossos sócios da Tejo Energia para definir o modelo futuro para o Pego. Sabemos que é urgente do ponto de vista operacional e técnico, e também para dar a conhecer o futuro à população. Em breve, creio que haverá novidades sobre o futuro e a transição”, começou por dizer José Bogas em conferência de imprensa na quarta-feira, 24 de fevereiro.

“Sobre a solução que está a ser analisada, o caminho mais óbvio para o futuro é optar por um mix de renováveis para poder instalar e aproveitar a capacidade de ligação à rede atual que existe. Estamos a trabalhar na solução que possa ser mais racional”, revelou o gestor espanhol.

O líder da Endesa também admitiu a possibilidade de “manter alguns elementos da central que possam prestar serviço ao sistema elétrico, como está a acontecer noutras centrais que estamos convertendo em Espanha”, mas não detalhou quais.

Em relação a Sines, a central que chegou a garantir quase um terço do consumo de eletricidade de famílias e empresas na década de 90 em Portugal, fechou definitivamente a 15 de janeiro.

Após 36 anos em atividade, o encerramento da central da EDP em Sines, com 1.256 megawatts (MW) de potência, marca o princípio do fim de uma era no sector energético nacional e mundial, com a despedida do carvão.

No horizonte de Sines surge agora a possibilidade de produção de hidrogénio verde, com a EDP a estudar esta possibilidade em conjunto com outras empresas.

No âmbito dos Portugal vai receber um total de 204 milhões de euros de fundos comunitários para reconverter a indústria de produção de energia, para eliminar definitivamente a produção de eletricidade a carvão.

O Fundo para a Transição Justa vai ser concluído este semestre durante a presidência portuguesa da União Europeia.

O dinheiro vai chegar a Portugal num momento em que o país prepara-se para desligar as centrais a carvão de Sines (da EDP) e do Pego (da Tejo Energia) até ao final de 2021.

Numa análise publicada em fevereiro de 2020, a Comissão Europeia aponta que o “encerramento das duas centrais elétricas a carvão em Sines e Pego, que são os maiores emissores de gases emissores de estufa (GEE) em Portugal, se se considerarem todos os setores, deverá afetar cerca de 650 postos de trabalho diretos e alterar a estrutura das respetivas economias regionais”.

Nesse documento, Bruxelas explicava que as “estimativas sugerem que o encerramento das centrais afetaria cerca de 650 postos de trabalho: 350 em Sines, 200 no Pego e 100 no porto de Sines onde o carvão é recebido. Para os dois municípios (Sines e Abrantes), os postos de trabalho em causa correspondem a quase 8 % e 3 % do número total de pessoas empregadas. Com base nesta avaliação preliminar, afigura-se justificado que o Fundo para uma Transição Justa concentre a sua intervenção nestas regiões”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.