O projeto para a central híbrida de Pisões, concelho de Montalegre, distrito de Vila Real, entrou em consulta pública. O promotor do projeto é a EDP – Gestão da Produção de Energia.
A central conta com mais de 89 MVA de potência, sendo constituída por duas centrais: a fotovoltaica com três núcleos solares, e uma central eólica com cinco aerogeradores.
As duas centrais serão ligadas à subestação da Central Hidroelétrica do Alto Rabagão, que pertence à EDP, segundo o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) submetido a consulta pública até 7 de maio.
A obra terá uma duração de 19 meses, e vai empregar 150 trabalhadores no período de maior atividade.
O projeto representa um investimento de 56 milhões de euros e terá uma vida útil de 35 anos, “após os quais será reavaliada a possibilidade de continuação de produção de energia”.
Este projeto produzirá anualmente mais de 157 GWh, permitindo uma redução anual de mais de 25 toneladas de dióxido de carbono.
As centrais encontram-se na região do Barroso, distrito de Vila Real. A central solar encontra-se no concelho de Montalegre, com a central eólica a encontrar-se no concelho de Boticas.
O estudo salienta que a “área de implantação da CSEP não coincide com nenhuma área sensível considerada no Regime Jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental. Não obstante, importa referir que o projeto integra a zona de transição da Reserva Biosfera Transfronteiriça do Gerês-Xurés, e que a região do Barroso, onde se insere o projeto, foi designada de Património Agrícola Mundial”, segundo o documento.
“É na fase de construção que se observam os principais impactes negativos associados ao projeto, os quais, se apresentam na sua maioria como de pouco ou não significativos. Os impactes negativos e moderadamente significativos coincidem, no essencial, com fatores de ocupação, nomeadamente uso do solo, biodiversidade e paisagem, em resultado da destruição de coberto vegetal e implantação de infraestruturas, que resultam na perda de habitats e modificação de usos e da estrutura da paisagem”, pode-se ler.
“Os impactes positivos que ocorrem nesta fase correspondem a aspetos socioeconómicos, nomeadamente relacionados com as atividades económicas, emprego e qualidade de vida, devido essencialmente à dinamização da economia local, à criação de postos de trabalhos e ao aumento dos rendimentos das autarquias e dos proprietários dos terrenos afetos ao projeto. Para além disso, de destacar o impacte positivo na economia nacional decorrente do investimento associado à concretização do projeto”, acrescenta.
Já na fase de exploração, o promotor destaca que é aqui que “se verificam os principais impactes de natureza positiva, que ocorrem de modo direto na qualidade do ar, nas atividades económicas e na qualidade de vida (face ao aumento de rendimentos dos proprietários dos terrenos afetos ao projeto), e de forma indireta ao nível da economia nacional (tendo em conta o provável aumento do investimento na região resultante do aumento dos rendimentos da autarquia através do fundo ambiental) e clima e alterações climáticas, estando este último fator associado ao cumprimento dos objetivos do Plano Nacional Energia e Clima 2021-2030 e Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas 2020”.
A empresa destaca que o projeto “apresenta um importante contributo ao cumprimento das metas nacionais, recentemente revistas em alta, que compreendem uma redução de emissões de GEE em 55% e uma reconfiguração do sistema elétrico nacional, que permita alcançar os 80% de fontes renováveis na produção de eletricidade em 2030”.
Por outro lado, os “os impactes negativos nesta fase incidem nos fatores ambientais solo, recursos hídricos, biodiversidade, ambiente sonoro, ordenamento e paisagem, porém, apresentam-se como de pouco ou não significativos. Nalguns casos, o impacte pode ser mais importante (moderadamente significativo), porém minimizáveis, como é o caso da perda definitiva de habitats, alteração de uso do solo ou da mortalidade da fauna, reduzindo o significado dos mesmos. Excetua-se o impacte negativo inerente à introdução de novos “elementos estranhos” numa paisagem globalmente reconhecida de sensível”.
Já na fase de desativação, os impactes negativos são “similares aos observados na fase de construção, porém, com menor incidência, sendo na maioria não significativos, ou pontualmente pouco significativos. Saliente-se, o potencial impacte positivo da recuperação das áreas ocupadas pelo projeto, de forma a permitir o desenvolvimento da vegetação, ocupações e estrutura paisagística previamente existente. É, contudo, de recordar o impacte negativo da perda de uma fonte de produção com energia renovável, com as consequências inerentes”.
Para concluir, a companhia argumenta que a sua “análise demonstrou, com base numa caracterização da situação atual e avaliação das principais questões significativas, e considerando-se a aplicação de um conjunto de boas práticas devidamente elencadas como medidas de minimização, que o projeto da CSEP não provoca impactes ao nível do ambiente que justifiquem a sua não concretização”.
A maior central solar europeia da EDP Renováveis (EDPR) foi inaugurada esta semana em Portugal: 202 megawatts (MW). Esta central faz parte dos projetos que nasceram do primeiro leilão solar no país que teve lugar em 2019.
A central solar fotovoltaica da Cerca, nos concelhos da Azambuja e Alenquer, no distrito de Lisboa, ficou concluída ainda em 2023, tal como revelou o Jornal Económico em primeira mão a 20 de fevereiro.
Para encontrar a maior central solar da EDPR, é preciso voar até à Ásia para encontrar a maior central solar da companhia liderada por Miguel Stilwell d’Andrade, como a central da Sunseap no Vietname com 377 MW, inaugurada em 2022.
Com esta central, a EDP já tem em operação 540 MW de capacidade solar em Portugal. Este projeto conta comm mais de 310 mil painéis solares bifaciais, que absorvem a energia solar em ambos os lado, para maximizar a produção de eletricidade.
“Foi com orgulho que colocámos em operação a Central da Cerca, um projeto que a EDP se comprometeu a entregar apesar do contexto complexo dos últimos anos, com os impactos da pandemia, da situação geopolítica e da subida dos custos das matérias-primas no setor energético. Este é o nosso maior projeto solar da Europa, uma fonte de energia que Portugal deve aproveitar de forma significativa para acelerar a sua transição energética. Na EDP, estamos a olhar para dezenas de novos projetos solares que permitirão dar um contributo importante para este caminho”, disse em comunicado Duarte Bello, administrador da EDP Renováveis para Europa e América Latina.
Mas esta não é a maior central solar em Portugal: o primeiro lugar pertence à central Solara4 em Alcoutim, distrito de Faro.
Apesar de concluída, encontra-se atualmente no período experimental, não tendo entrado ainda no período de exploração. Por agora, está sujeita a tarifa de mercado, passando a receber a tarifa do leilão de 2019 (20,8 euros/MWh), assim que passar à fase de exploração, apurou o JE.
Em junho de 2021, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável, mas sujeita ao cumprimento de condições.
“Face aos resultados da desenvolvida, ponderando os impactes negativos identificados, na generalidade suscetíveis de minimização, e os perspetivados impactes positivos, emite-se decisão favorável ao projeto, condicionada aos termos e condições impostas no presente documento”, segundo o parecer da APA.
Antes deste projeto, a elétrica só contava com 13 MW de energia solar instalados em Portugal.
Em 2023, a companhia também concluiu o projeto solar Monte de Vez, num total de 21 MW. Antes deste projeto e da central da Cerca, só contava com 13 MW de energia solar instalada em Portugal.
A nível global, a elétrica instalou mais de 1,3 gigawatts de energia solar fotovoltaica em Portugal em 2023. Em termos de eólica, foram instalados 1,2 gigawatts. Tudo junto, a elétrica instalou um total de 2,5 gigawatts de energia renovável (+ 1,8 gigas face a homólogo) no ano passado para um total de 16,5 gigawatts.
Dos mais de 16 gigas de capacidade, 80% corresponde a eólica onshore, 13% a solar fotovoltaica, 5% a solar descentralizada e 2% a eólica offshore. No ano passado, a companhia produziu mais 4% de eletricidade para 34.593 GWh.
No leilão de 2019 foram atribuídos 23 lotes correspondendo a 26 projetos num total de 1.300 MVA de potência de ligação. Num balanço feito para o JE no início do ano, o ministério do Ambiente avançava que “todos os projetos” tinham obtido licença de produção, com 22 a obter licença municipal de construção e 12 a encontrarem-se construídos, com estes últimos a representarem uma potência de ligação de 429 MVA.
A Iberdrola anunciou em dezembro que já tinha concluído todos os seus lotes (sete) do leilão de 2019. Os espanhóis da Solaria também concluíram todos os seus quatro lotes, assim como os espanhóis da Dos Grados (110 MW) e os franceses da Total Energies (100 MW).
EDP inaugura segunda central híbrida em Portugal
A EDP inaugurou em fevereiro a sua segunda central híbrida em Portugal. Esta central é constituída por uma central solar (Monte de Vez) que foi instalada junto a uma central eólica já em operação (São João), permitindo quase duplicar a produção neste local
A central eólica conta com 23 MW de capacidade, com a solar a contar com 21 MWp, passando a produzir 79 GWh de energia renovável por ano, suficiente para abastecer 23 mil famílias.
Desta forma, o projeto – localizado nos concelhos de Penela, distrito de Coimbra, e Ansião, distrito de Leiria – passa a contar com 36 mil painéis solares bifaciais e 13 aerogeradores.
A ideia na origem das centrais híbridas é aproveitar ao máximo a energia solar de dia, e a energia eólica de noite para rentabilizar a operação da central para as 24 horas do dia, não sendo necessário ter um ponto de ligação à rede com potência equivalente à central, podendo ser menor, porque a potência da central não vai estar a produzir a 100% ao longo do dia.
“É com orgulho que voltamos a ser pioneiros em Portugal e colocamos em operação o segundo parque híbrido do país, aproveitando o vento e sol da região para aumentar o consumo de energia renovável. Este projeto faz parte da estratégia da EDP de continuar a acelerar a transição energética nacional, seja ao investir em novos projetos renováveis ou a otimizar aqueles que já têm servido as regiões onde se encontram. Vamos continuar a desenvolver projetos híbridos em Portugal e esperamos implementar mais 700 MW em projetos semelhantes, nos próximos anos”, disse em comunicado Hugo Costa, responsável da EDP Renováveis em Portugal.
A primeira central híbrida da EDP em Portugal foi inaugurada em janeiro de 2023, sendo constituída pela Central Fotovoltaica de Mina de Orgueirel e o Parque Eólico do Mosteiro, no concelho da Guarda, com capacidade para abastecer 11 mil lares.
A companhia tem um plano para desenvolver mais de 1.600 MW em projetos híbridos em Portugal e Espanha.
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