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CEO da Altice ataca Anacom: “Não tem condições para continuar e devia ser nomeado por concurso internacional”

CEO da Altice considera que “este regulador não tem condições para continuar e devia ser nomeado através de um concurso público internacional”.
Presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca
28 Fevereiro 2020, 19h09

Alexandre Fonseca, CEO da Altice, considera que a Anacom tem-se posicionado contra o setor das telecomunicações, a propósito da divulgação, por parte do regulador, de que os preços das telecomunicações em Portugal cresceram 7,6% entre 2009 e 2019, enquanto a média de preços da União Europeia caiu 9,9%.

Em declarações proferidas esta sexta-feira, em Trancoso, na inauguração da chegada de fibra ótica à nova área empresarial da região, Alexandre Fonseca acusa a Anacom de “chocar de frente” com as políticas do Governo “como já se viu no 5G”.

O responsável máximo da Altice acusou da Anacom de “ter preconceitos contra o setor, de não gostar dos seus regulados e que tem prejudicado severamente um setor que tão importante para a economia”.

Para Alexandre Fonseca, a Anacom tem assumido posições contra o setor “em troca do seu protagonismo mediático e de capas de jornais”. Desta forma, este CEO considera que as declarações por parte do regulador “são infundadas e não têm qualquer base de verdade”.

Assim, o CEO da Altice considera que “este regulador não tem condições para continuar e devia ser nomeado através de um concurso público internacional”.

A reação de Alexandre Fonseca surge um dia depois da Anacom divulgar que os preços das telecomunicações em Portugal cresceram 7,6% entre 2009 e 2019, enquanto a média da União Europeia (UE) dos preços das comunicações caíram 9,9%, de acordo com dados da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) divulgados esta quinta-feira, 27 de fevereiro. A conclusão da Anacom tem por base a variação da inflação face aos serviços de telecomunicações, bem como estudos realizados pela Comissão Europeia, OCDE e UIT.

“A diferença estreitou-se em 2019 devido à entrada em vigor do regulamento europeu que reduziu os preços das chamadas intra-UE [dentro da União Europeia]”, lê-se na nota.

A conclusão da Anacom contraria o estudo Associação de Operadores de Telecomunicações (Apritel), divulgado em novembro de 2019, que indicava que os os preços médios dos pacotes de três serviços ou de quatro serviços convergentes (3P e 4P, respetivamente) estariam abaixo do valor médio da UE.

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