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CEO da Amazon defende aumento de impostos às empresas para apoiar plano de investimentos de Biden

“Apoiamos o foco da administração Biden em realizar investimentos ousados na infraestrutura americana”, apontou Jeff Bezos. “Tanto os democratas como os republicanos apoiaram a infraestrutura no passado e este é o momento certo para trabalharmos juntos para que isso aconteça”, lê-se na mensagem escrita pelo presidente da Amazon.
  • Jeff Bezos
7 Abril 2021, 13h07

O CEO e fundador da Amazon anunciou o seu apoio ao aumento das taxas às empresas dos Estados Unidos, de forma a permitir o plano de massivos investimentos em infraestruturas apresentado por Joe Biden.

O presidente-executivo da Amazon, Jeff Bezos, pronunciou-se pela primeira vez relativamente ao aumento dos impostos para as empresas, após ter enfrentado críticas cerradas por parte da Casa Branca, Congresso e dos media. De relembrar que no tema do aumento de impostos para os multimilionários, o homem mais rico do mundo nunca se pronunciou e foi criticado por pagar pouco ou nenhum imposto federal.

“Apoiamos o foco da administração Biden em realizar investimentos ousados na infraestrutura americana”, apontou Jeff Bezos. “Tanto os democratas como os republicanos apoiaram a infraestrutura no passado e este é o momento certo para trabalharmos juntos para que isso aconteça”, lê-se na mensagem escrita pelo presidente da Amazon no blog.

“Reconhecemos que este investimento exigirá concessões em todo o lado. Tanto nas especificações do que está incluído como na forma como é pago (somos apoiantes de um aumento na taxa de imposto corporativo)”, indica. “Esperamos que o Congresso e o governo se unam para encontrar a solução certa e equilibrada que mantenha ou aumente a competitividade dos EUA”, escreve Bezos.

O plano de Joe Biden propõe o aumento dos impostos para empresas, passando de 21% para 28%, e visa ainda a revisão do código tributário para impedir que as empresas movam os seus lucros para países estrangeiros. O antigo presidente dos EUA, Donald Trump, diminuiu a taxa de impostos para empresas de 35% para 21% em 2017, sendo que Biden volta agora a aumentar a quantidade de impostos que as empresas mais ricas têm de pagar.

De acordo com o presidente norte-americano, a Amazon foi uma das 91 empresas da lista Fortune 500 que “utiliza várias falhas nas quais não paga um cêntimo em impostos sobre lucros”, contrastando com os impostos pagos por famílias da classe média, onde as taxas se situam acima dos 20%.

Segundo a publicação, a Amazon apresentou um pagamento tributário sobre lucros de 162 milhões de dólares (136,2 milhões de euros) em 2019 e de 1,835 mil milhões de dólares (1,543 mil milhões de euros) em 2020, depois de ter falhado o pagamento em 2017 e 2018.

A Câmara do Comércio dos Estados Unidos alertou que a proposta de Biden em aumentar os impostos para as empresas irá “desacelerar a recuperação económica e tornará os EUA menos competitivos globalmente”, apontando que esta decisão é “perigosamente errada”.

De relembrar que Jeff Bezos vai abandonar o lugar de CEO da Amazon no terceiro trimestre de 2021, passando o cargo para Andy Jassy, atual CEO da Amazon Web Services.

O plano de dois biliões de euros criado por Joe Biden foi descrito pelo próprio como “um investimento que se faz uma vez por geração” e “o maior investimento em emprego nos EUA desde a Segunda Guerra Mundial”. Sabe-se que este investimento inclui estradas, pontes, vias públicas, estações de carregamento de veículos elétricos e outras infraestruturas de transporte para afastar o país dos motores de combustão interna, bem como modernizar das redes de esgotos e água, internet de banda larga em todo o país e modernização da rede elétrica.

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