O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, assumiu em conferência de imprensa que “adorava” comprar a TAP mas referiu que o processo se encontra bloqueado por a empresa irlandesa ser a maior companhia aérea atualmente em Portugal e a TAP a segunda. No entanto, e em entrevista ao “Eco”, O’Leary apontou que a companhia aérea portuguesa não tem valor.
“Eu adorava comprar a TAP, mas não nos iriam deixar. O problema é que estamos bloqueados porque somos a maior companhia aérea em Portugal e a TAP a segunda”, disse o CEO na conferência de imprensa. Ao juntar as duas maiores companhias aéreas a operar em Portugal, O’Leary iria enfrentar a fúria dos outros operadores turísticos que voam para Portugal, nomeadamente, e como o próprio referiu, dos “alemães, franceses e britânicos”.
Mas se o desejo de adquirir a TAP foi notório, Michael O’Leary não avançou com valores e disse à publicação que a companhia portuguesa “não vale nada” e que “só sobrevive porque recebeu 3,2 mil milhões do Governo, que têm de ser devolvidos”. Sobre o apoio estatal e dos contribuintes, O’Leary assumiu que a empresa nunca vai conseguir devolver o dinheiro, perdendo valor para o país e para o mercado.
Depois de assumir que “por questões regulatórias” não se pode juntar à corrida para a compra da companhia aérea, o CEO da Ryanair apontou que o grupo IAG seria o melhor acordo. “O Governo português deve fazer um acordo com o grupo IAG para comprar a TAP, mas com a condição de se comprometem a aumentar o tráfego da TAP em 50% nos próximos cinco anos”, disse.
Montijo é a única escolha
Com sete localizações em cima da mesa para análise da construção do novo aeroporto nacional, Michael O’Leary assegurou que o Montijo é o único local que interessa e recusou-se a voar para outras localizações que possam substituir a margem sul do Tejo.
“Não voaremos para mais nenhum aeroporto além do Montijo, é a única opção para a Ryanair. Se o Governo português escolher outra opção? Iremos ignorar e vamos continuar a crescer em Faro, Porto e Madeira”, disse ao “Dinheiro Vivo”.
“O Montijo está do outro lado da ponte, as outras localizações são a centenas de quilómetros de Lisboa. Ninguém quererá voar para lá”, assegurou à mesma publicação.
Para O’Leary, a união entre a Portela e o Montijo seria a mais benéfica para o turismo nacional, uma vez que o “Montijo poderá facilmente receber 20 milhões de passageiros e a Portela chegar aos 30 milhões por ano”.
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