[weglot_switcher]

CEO da Square Asset Management (AM): “População em Portugal aumentou 1% em 2024, é muita casa”

“Há muitos países que fazem campanhas de marketing enorme para atrair procura. Nós que temos procura não somos eficientes a dar a oferta necessária à procura que temos”, disse hoje Pedro Coelho da Square AM.
2 Julho 2025, 17h48

O aumento da população residente em Portugal vai criar mais pressão sobre o mercado imobiliário, avisou hoje Pedro Coelho, CEO da Square Asset Management (AM).

“A população residente aumentou em Portugal 100 mil pessoas em 2024, 1% a mais. É muita casa; para este ano, está previsto mais 70 mil. Se não temos oferta para isto…”, disse hoje o líder da gestora de fundos imobiliários portuguesa durante a conferência “Advisory Summit 2025”, organizada pelo Jornal Económico.

“Há muitos países que fazem campanhas de marketing enormes para atrair procura. Nós, que temos procura, não somos eficientes em dar a oferta necessária à procura que temos”, afirmou, apontando para os desafios no “licenciamento urbanístico”.

“A procura continua a ser muita e a oferta continua a ser pouca. Se há pouca oferta, os promotores vão dirigir a sua oferta à camada mais alta, que é a que continua a ter procura. Porquê oferecer à classe média se podem vender um produto quase igual, que pode ter um acabamento ligeiramente melhor, e conseguem vender 20%-30%-40% acima?”, questionou hoje durante o painel “O que é preciso para fazer mais negócio em Portugal?”.

O responsável destacou que estes valores “distorcem depois a análise estatística”, porque, apesar de se venderem casas a preços mais altos de ano para ano, o volume pode ser mais baixo. “Se calhar, para o mesmo número de casas, não subiu assim tanto”.

Pedro Coelho destacou que, no imobiliário comercial, os preços não subiram tanto como no residencial e que se conseguem fazer negócios face ao nível pré-crise financeira de 2008.

A Square AM comprou recentemente um edifício de escritórios em Barcelona a 2.500 euros por m², com um “bom inquilino e nove anos de contrato pela frente”.

“Portugal é atrativo para investidores imobiliários, porque há procura do ponto de vista de utilizadores, quer para casas, escritórios, logística ou comércio. Há muita procura. Há investidores e capital que querem comprar imóveis porque têm ocupantes”, o que é crucial, apontou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.