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CEO da startup Katoo: “Planeamos ter um grande hub com funções globais em Portugal”

A empresa espanhola, que criou uma aplicação móvel para gerir as encomendas dos restaurantes aos fornecedores, estreou-se em setembro no mercado português depois de encaixar 6,2 milhões de euros. “No final de outubro, a equipa em Portugal contará com dez pessoas”, assegura Diogo Cunha ao JE.
4 Outubro 2021, 17h40

Os restaurantes portugueses estão há três dias abertos sem limites de lotação e agora podem contar com mais tecnologia para se reorganizarem e, eventualmente, mitigarem o impacto da pandemia através do digital. A startup espanhola Katoo, uma foodtech que criou uma app para gerir as encomendas dos restaurantes aos fornecedores, fechou recentemente uma ronda de investimento de 6,2 milhões de euros (7,2 milhões de dólares) que lhe permitiu internacionalizar as operações para o país vizinho.

Diogo Cunha, CEO e cofundador da Katoo, disse ao Jornal Económico (JE) que, atualmente, o escritório de Lisboa conta com cinco pessoas a trabalhar mas, até ao final de outubro, serão pelo dez pessoas. A empresa está à procura de um Lisbon People Coordinator and Community Manager e de seis estagiários (Customer Success, Business Development, Business Operations, Account Executive, Account Management, Sales Development Representative).

“Em Portugal, estamos a planear ter um grande hub com funções globais, assim como explorar a densidade de talento que o país possui. No final de outubro, a equipa em Portugal contará com dez pessoas. Uma parte fundamental da nossa estratégia de recrutamento passa por criar um escritório em Portugal, do zero, e recrutar o melhor talento para nos tornarmos líderes de mercado”, afirmou Diogo Cunha ao JE, recusando revelar quantos clientes a tecnológica tem em Portugal.

O financiamento superior a seis milhões – meses depois de uma ronda de três milhões de euros – foi liderado pelo fundo espanhol K Fund e contou com a participação do fundo português Shilling Founders Fund, dos norte-americanos da Expa, FJ Labs e Soma Capital, que acreditam que os canais de fornecimento de comida à restauração devem ser flexibilizados e envolver mais tecnologia.

“A pandemia veio acelerar ainda mais a digitalização dos negócios e a restauração encontrou na Katoo, startup de FoodTech, uma ferramenta que aumenta a qualidade e eficiência porque potencia economias de escala e permite otimizar cadeias de valor. A proposta de valor da Katoo e a oportunidade de apoiarmos uma empresa cujo fundador é português a crescer no sul da Europa e na América Latina é uma excelente forma de conseguirmos ter impacto no ecossistema nacional e internacional”, referiu o investidor Pedro Santos Vieira, managing partner da Shilling.

A app da Katoo permite aos utilizadores (chefs e gerentes dos restaurantes) fazer pedidos de matéria-prima por email ou WhatAapp e obter dados históricos, relatórios mensais e sumários de despesas do estabelecimento. Com esta ronda, além da chegada a Lisboa, a empresa vai desenvolver o produto e preparar o lançamento da solução na América Latina, o que se estima que suceda nos “próximos meses”.

“O canal de fornecimento de comida continua a ser muito old school. Fax, papel e caneta, e mensagens de voz são ainda consideradas uma regra de ouro. Esta ronda vai permitir-nos continuar a investir em fornecer a melhor tecnologia às pessoas que nos alimentam”, garante o empreendedor português.

Fundada há dois anos em Madrid por Diogo Cunha e Karan Anand, a Katoo opera na Península Ibérica e em Itália e Portugal e processa perto de 220 mil dólares de pedidos todos os anos em mais de 5 mil restaurantes e fornecedores na Europa, entre os quais Pasta Non Basta, Poke House, Rebel Asian, Sushi at Home e Natural Crave. Até ao final de 2021, a Katoo quer triplicar a equipa nos três países, abrindo mais de 60 novas vagas, especialmente nas áreas de tecnologia, produto e desenvolvimento de negócio.

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