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CEO da Vinci Energies Portugal diz que sistema fiscal não permite a consolidação do tecido empresarial

Pedro Afonso considera ainda que há “um erro de raciocínio na forma como se avalia o seu sucesso” no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), por, na sua opinião não pode ser avaliado em função de quanto se conseguiu investir, mas sim “em função de quanto consigo reproduzir a partir do investimento que fiz”.
Vinci Energies Portugal
2 Fevereiro 2025, 00h17

Pedro Afonso, CEO da Vinci Energies Portugal falava no Programa Conversa Capital – Antena 1 / Jornal de Negócios quando defendeu que “o sistema fiscal não é amigo da criação de grandes grupos económicos”.

O CEO da empresa que integra o Grupo Vinci, líder mundial em concessões, energia e construção, refere que “o sistema fiscal, tal como está, com um IRC e uma derrama municipal e estadual progressivas, não permite a consolidação do tecido empresarial, constituído sobretudo por Pequenas e Médias Empresas (PME) e, consequentemente, não leva à criação de grandes grupos”.

Pedro Afonso diz mesmo que, “do ponto de vista fiscal, mais vale ter cinco empresas em que algumas até não dão lucro, do que ter um grande grupo económico que gera muito lucro”.

O gestor diz que a este facto acresce, como “entrave ao desenvolvimento das empresas”, a cultura da subsidiarização.

“Muitas empresas estão viciadas naquilo que são os subsídios”, diz Pedro Afonso que defende que “os subsídios devem ser atribuídos em função do mérito”, ou seja, “uma empresa que tem mais lucro pode ter um maior benefício fiscal” por ter criado valor com determinada solução.

“Receber dinheiro do Estado e depois não ter um outcome económico com ele, para mim é estragar dinheiro dos contribuintes”, acrescenta.

O CEO da Vinci Energies reconhece que se nota uma redução da morosidade dos licenciamentos, mas adianta que para criar um bom ambiente económico, o Estado, para além de “garantir que os incentivos fiscais beneficiam o mérito”, tem de saber “gerir e controlar a burocracia”.

Pedro Afonso considera que há “um erro de raciocínio na forma como se avalia o seu sucesso” no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), por, na sua opinião não pode ser avaliado em função de quanto se conseguiu investir, mas sim “em função de quanto consigo reproduzir a partir do investimento que fiz”.

Considera mesmo que devia de existir um mecanismo de análise publicado, disponível para todo o país, que fizesse uma avaliação de retorno de capital.

Já sobre as metas para as energias renováveis, assegura que Portugal vai no bom caminho desde que a agenda não mude e o objetivo continue a ser cumprir as metas definidas.

Na mesma entrevista questionado sobre o desafio da introdução da Inteligência Artificial (IA) nas empresas, o CEO da Vinci Energies avisa que vai ser necessário uma requalificação da força de trabalho, mas também das lideranças.

A Vinci Energies emprega 2.137 trabalhadores nas áreas da transformação digital e da transição energética.

 

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