São elogios públicos à Autoeuropa vindos diretamente da sede em Wolfsburgo, a casa-mãe da produtora automóvel alemã.
O CEO da marca Volkswagen teceu elogios à fábrica portuguesa da marca, explicando, em parte, porque é que foi escolhida para receber o novo modelo elétrico de baixo custo: o ID.1.
“A decisão de produzir nesta fábrica baseia-se em considerações económicas e estruturais dentro da rede de produção da Volkswagen”, segundo Thomas Schafer (na foto). “Palmela é uma das fábricas mais eficientes da Volkswagen e fabrica atualmente o T-Roc, campeão de vendas”.
“Como empresa global, estamos a alavancar a força da nossa rede de produção para produzir o modelo de entrada de gama – com preço de cerca de 20 mil euros – eficientemente e com padrões de qualidade elevados”, acrescentou o líder da marca de Wolfsburgo na terça-feira.
O gestor alemão deixou elogios à liderança do diretor-geral da fábrica que assumiu o cargo em dezembro de 2021: “Não tenho dúvidas de que a equipa liderada por Thomas Hegel Gunther vai entregar resultados fantásticos!”.
O novo modelo ID.Every1 que é 100% elétrico e com um preço competitivo de 20 mil euros (valor indicativo para o mercado alemão) era uma ambição da Autoeuropa há já algum tempo.
A imprensa alemã apontava há uns meses quais eram as principais favoritas à vitória: a Autoeuropa, a fábrica de Poznan na Polónia e a principal fábrica da Skoda em Mladá Boleslav na Chéquia, com a fábrica em Bratislava, na Eslováquia, a ficar de fora. O “Der Spiegel” sublinhava que as fábricas alemãs em Zwickau e Emden estavam fora de jogo devido aos seus custos de produção mais elevados. A fábrica portuguesa era elogiada no artigo da revista alemã por ser “particularmente eficiente”.
Na indústria automóvel, as fábricas podem pertencer à mesma empresa, mas na verdade são rivais. Competem por mais investimento, nova tecnologia, novos modelos. É neste feroz ambiente competitivo que vive a Autoeuropa. Entre os trabalhadores da Autoeuropa sempre existiu o sentimento que as fábricas alemãs são favorecidas face às restantes. Mas a crise no setor levou a empresa a tomar medidas de reestruturação que contemplam as unidades alemãs.
A Autoeuropa registou um volume de negócios de 3,8 mil milhões de euros em 2024, contando com com cerca de 4.850 trabalhadores, pesando 4% nas exportações nacionais no ano passado, e contribuindo com 1,3% para o PIB em 2023.
A administração da Autoeuropa disse na terça-feira que a chegada de um novo modelo à fábrica de Palmela “reforça a posição estratégica” desta unidade industrial dentro do grupo Volkswagen.
“É com enorme entusiasmo que assumimos a produção do ID. EVERY1, um modelo que tornará a mobilidade elétrica mais acessível e sustentável na Europa. Esta conquista representa um marco para a Volkswagen Autoeuropa, assinalando a nossa entrada na era da eletrificação. Gostaríamos de agradecer o apoio do governo de Portugal, que nos proporcionou as melhores condições para atrair este novo projeto para o país”, disse Thomas Hegel Gunther, diretor-geral da Volkswagen Autoeuropa, em comunicado.
“Esta decisão revela a confiança que o Grupo Volkswagen deposita na fábrica de Palmela. Com esta conquista, a Volkswagen Autoeuropa reforça a sua posição estratégica no Grupo Volkswagen e assume-se como um pilar essencial no futuro da mobilidade elétrica na Europa”, segundo o comunicado divulgado pela Autoeuropa.
Por sua vez, o Governo disse que “este é um dia verdadeiramente histórico para Portugal e muito feliz para todos nós”, congratulou-se o ministro da Economia, Pedro Reis, em comunicado divulgado pela sua tutela. “Com esta decisão da Volkswagen, a economia portuguesa dá um passo de gigante para contribuir para a reindustrialização verde europeia e para a reinvenção do setor automóvel europeu”.
“De uma assentada, a economia portuguesa conquista a garantia de produção de um novo veículo elétrico, que assegura o futuro da unidade de Setúbal de uma fábrica de nova geração da Volkswagen, e de uma enorme cadeia de valor de fornecedores nacionais, por muitos anos”, acrescentou o governante.
Já a empresa explica que o veículo conceptual é alimentado por um motor elétrico de nova geração com 70 kW (95 cv). “Com um comprimento de 3.880 mm, o ID. EVERY1 oferece no seu interior, espaço para quatro pessoas e uma bagageira com 305 litros de capacidade. Será o primeiro modelo de todo o Grupo a integrar uma nova e inovadora arquitetura de software. Isto significa que o futuro modelo de entrada de gama da Volkswagen poderá ser equipado com novas funcionalidades ao longo de todo o seu ciclo de vida”.
“O lançamento deste modelo insere-se no ambicioso plano da Volkswagen de introduzir nove novos modelos até 2027, incluindo quatro veículos elétricos assentes na moderna plataforma modular elétrica (MEB) com tração dianteira”, segundo a companhia.
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