Com a revolução elétrica cada vez mais evoluída na indústria automóvel, os reis de Espanha visitaram a fábrica do Grupo PSA em Figueruelas, em Zaragoza, acompanhados pelo português Carlos Tavares, presidente do consórcio francês que fabrica automóveis das marcas Peugeot, Citröen e DS, entre outros.
De acordo com o jornal espanhol “Expansión”, a visita da monarquia espanhola pretendia marcar o início da produção da nova geração do reconhecido modelo Corsa, da Opel, que este ano ganha uma versão 100% elétrica. O Grupo PSA investiu 250 milhões de euros nesta unidade de produção que está preparada para produzir mil carros elétricos por dia.
Carlos Tavares mostrou-se bastante crítico relativamente às decisões dos governos e da União Europeia sobre as políticas de emissões. “Nós temos a tecnologia, a mão de obra e o investimento para fabricar veículos com zero emissões”, vincou.
Com o lançamento de três veículos elétricos diferentes dentro do grupo, Carlos Tavares disse que “a chave é a velocidade da transição energética e nós devemos entender que a mobilidade elétrica é mais cara que a mobilidade de combustão interna”, afirmou. “Os políticos não disseram que a mobilidade elétrica é mais cara. As pessoas não vão comprar carros elétricos se não virem pontos de carregamento”, sublinhou.
Carlos Tavares sustentou ainda a existência de duas correntes em termos de velocidade em que a transição energética deve ser realizada “porque estamos preocupados com o planeta, mas também com os nossos funcionários”. O presidente do grupo PSA esclareceu que “o governo espanhol tem sido muito dogmático em Bruxelas sobre a mobilidade elétrica “.
“O governo espanhol, francês e italiano votaram, em outubro de 2018, a favor da drástica redução de emissões em 2030. Juntos, esses três países são os maiores produtores de veículos da Europa”. Carlos Tavares sustentou ainda que o grupo vai fornecer veículos com zero emissões para os clientes, “mas eles [os clientes] precisam de saber que são mais caros”.
O CEO da PSA insistiu que os países europeus devem realizar várias apostas na infraestrutura de carregamento. “Isso vai envolver uma quantidade muito elevada de investimentos”, relembrando de que toda a infraestrutura até hoje foi executada pelos operadores de energia. O presidente da PSA garantiu ainda que deverá existir “uma pressão ascendente no preço ascendente da eletricidade”, uma vez que o carregamento em pontos públicos não é gratuito.
Apesar de prestar esclarecimentos à imprensa espanhola, uma vez que a visita se prendia a uma das três fábricas de Espanha, Carlos Tavares teceu elogios à fábrica portuguesa, localizada em Mangualde. A reduzir os custos em Espanha, o português esclarece que “Mangualde é mais eficiente e a fábrica em Marrocos é ainda mais”.
“As fábricas de Vigo, Madrid e Zaragoza não devem ter medo de Mangualde, mas de Marrocos”, sublinhando que “os nossos trabalhadores devem copiar as melhores práticas de Mangualde”.
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