A petrolífera Cepsa mostra-se preocupada com a chegada a Portugal de um fenómeno que já assola Espanha: a compra fraudulenta de combustíveis. O responsável da Cepsa, Rui Romano, alerta que a entrada de combustíveis ilegais no território espanhol custa 50 milhões de euros por ano aos cofres público.
Em entrevista ao Jornal Económico, Rui Romano defende que as autoridades nacionais têm de agir mais prontamente.
Questionado com a existência de preocupações em relação ao mercado português, onde já conta com 256 postos de combustível, o responsável a Cepsa admite o problema “da concorrência ilegal”. “A maior parte dos operadores funcionam de forma legal e de forma correta, cada um com a sua proposta comercial, cada um com a sua identidade, mas depois há os outros operadores que não funcionam dentro desses princípios. E temos um problema há muitos anos, que é a importação fraudulenta de combustíveis de Espanha e isto distorce o mercado face a quem trabalha de forma legal e honesta e que tem todos os componentes que são obrigatórios por lei, e que paga impostos”.
“Temos que conviver com alguns distribuidores ou importadores que não o fazem da mesma forma e que conseguem colocar no mercado produtos com preços diferentes. Estão a retirar impostos ao nosso país. Até nesta questão, ao introduzirem biocombustíveis sem o teor de bio, estão a aumentar as emissões em Portugal. Acima de tudo, não há justiça nesse mercado e existem situações de problemas de qualidade do combustível. O cliente final muitas vezes não sabe: vê o preço que é convidativo e não sabe se está a comprar produto homologado ou não”, sustenta Rui Romano na entrevista ao JE.
Sobre o fenómeno que acontece em Espanha, o responsável admite que é apenas “uma questão de tempo” até este chegar a Portugal. Ora, os combustíveis fraudulentos são provenientes da Rússia (atualmente com sanções da União Europeia por conta da invasão à Ucrânia) e chegam por via da Turquia.
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