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Cerca 70% dos portugueses está disponível para ser vacinado contra a Covid-19

Embora a percepção positiva em relação à vacinação contra o vírus tenha aumentado, a capacidade de resposta do SNS tem piorado aos olhos dos portugueses. Cerca de 80% revela estar “pouco ou nada confiantes” em relação à resposta do SNS aos tratamentos não-Covid.
ESTELA SILVA/LUSA
29 Janeiro 2021, 17h44

Os portugueses estão cada vez mais confiantes no processo de vacinação contra a Covid-19, com cerca de 70% das pessoas a confirmar disponibilidade para ser vacinados. Embora o número de pessoas interessadas na vacinação contra o novo coronavírus seja alto, existem ainda 16% que se mantém cépticos.

Os dados foram avançados pela diretora da Escola Nacional de Saúde Pública, Carla Nunes, esta sexta-feira, numa audição da comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social, no Parlamento, e chegam numa altura em que 74 mil portugueses foram já vacinados contra a Covid-19.

“Uma das nossas preocupações é o nível de confiança dos portugueses em relação à capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, disse, afirmando que 80% dos inquiridos, num estudo conduzido pela entidade entre 9 e 22 de janeiro, revela estar “pouco ou nada confiantes” em relação à resposta do SNS aos tratamentos não-Covid.

Esse valor desce para 58% no que toca à resposta do SNS aos tratamentos de doentes infetados por Covid-19. “São níveis de confiança muito graves”, confessa Carla Nunes, durante a sua intervenção inicial.

Quanto à adoção de comportamentos e medidas, a professora da Escola Nacional de Saúde Pública revela que, embora ainda haja alguma resistência, conseguiu-se recuperar algumas das medidas e comportamentos quando comparados com a época festiva, altura em que se assistiu a um relaxamento das normas.

Durante a sua intervenção no Parlamento, a responsável revela que cerca de um terço dos portugueses “continua a achar que não tem probabilidade de” contraria uma infeção grave da Covid-19. “A doença a longo prazo, as sequelas, continuam a não fazer diferença na percepção dos portugueses nestas últimas 22 quinzenas”, analisou. Neste momento, Portugal, que contabiliza mais de 10 mil casos e 200 mortes por dia, soma neste momento mais de 800 pessoas internadas em cuidados intensivos, um valor que tem exercido uma pressão nunca antes vista nos hospitais do SNS.

No que toca à saúde física e mental, Carla Nunes adianta que os estudos realizados pela escola indicam que estes têm vindo a piorar nos últimos meses. “Os mais velhos são mais vulneráveis na saúde física, enquanto que os mais novos indicam maiores estados de ansiedade, tristeza e agitação“, referiu.

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