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Cerca de 70% dos gestores portugueses já utilizam ferramentas de Inteligência Artificial Generativa

As ferramentas mais utilizadas pelos gestores são o ChatGPT (91%), Copilot (55%) e Gemini (27%). “Todas estas ferramentas, e os modelos subjacentes, estão em grande dinamismo, com alterações frequentes. A melhor ferramenta para uma determinada tarefa pode ser ultrapassada de um dia para o outro”, segundo um estudo da AESE Business School e do Instituto Superior Técnico.
ChatGPT OpenAI
A keyboard is placed in front of a displayed OpenAI logo in this illustration taken February 21, 2023. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
25 Novembro 2025, 21h02

A utilização de Inteligência Artificial (IA) Generativa em contexto profissional é feita por cerca de 70% dos gestores portugueses, conclui o estudo “Os Desafios dos Gestores na Adoção da Inteligência Artificial Generativa” da AESE Business School e do Instituto Superior Técnico.

Conduzido por Jorge Costa da Silva, investigador da AESE Business School, Francisco Lima, Professor Associado de Engenharia e Gestão de Organizações do Instituto Superior Técnico, e Miguel Mira da Silva, Professor Catedrático de Sistemas de Informação do Instituto Superior Técnico, o estudo foca a utilização individual. “O próximo passo será a consideração da adoção corporativa, com a entrada da IA Generativa nos processos de negócio”, defendem os autores.

Os gestores inquiridos afirmam que utilizam IA Generativas, várias vezes por semana, para: pesquisa de informação (56%), escrita (46%), sumarização de textos (43%), aprendizagem (39%), análise de textos (37%), geração de ideias (28%), análise de dados (24%) e apoio à decisão (18%).

“Apesar de ter uma expressão não muito alargada, a geração de ideias pode ser enriquecida com as ferramentas atuais. Os modelos sintetizam um vasto volume e diversidade de informação que pode alargar e complementar as nossas perspetivas individuais. De igual modo, o apoio à decisão pode beneficiar da AI Generativa: geração de alternativas de solução, benefícios e dificuldades de cada uma, critérios de seleção, entre outros”, segundo o estudo.

Nas empresas de maior dimensão, os gestores tendem a usar mais IA Generativa. Já os setores de atividade mais representados são Finanças & Banca, Educação, TIC e Serviços Profissionais.

Nos sectores menos expostos, poderá ser necessário um maior esforço na adoção da IA Generativa. Agricultura, Construção, Indústria, Transportes & Logística, Restauração & Alojamento são exemplos disso e, nestes casos, têm especial interesse as iniciativas específicas de formação que mostrem as vantagens para diferentes casos de uso.

“Esta conclusão é coerente com o que sabemos sobre a inovação em IT geral. As empresas de menor dimensão têm de fazer um esforço adicional. Não se trata, necessária e unicamente, de um maior esforço financeiro. A generalidade das ferramentas possibilita um nível de acesso gratuito que, apesar das limitações, já permite obter valor. Será relevante ponderar a aquisição de licenças para, pelo menos, os colaboradores que mais possam beneficiar”, refere  o estudo da AESE Business School e do Instituto Superior Técnico..

“No futuro, o desafio é tirar todo o partido da tecnologia, continuar a identificar oportunidades de uso, formar colaboradores e equipas para que a quantidade de uso corresponda a uma qualidade e a um valor acrescentado cada vez maior”, recomendam os autores.

ChatGPT, Copilot e Gemini no top3

As ferramentas mais utilizadas pelos gestores são o ChatGPT (91%), Copilot (55%) e Gemini (27%). “Todas estas ferramentas, e os modelos subjacentes, estão em grande dinamismo, com alterações frequentes. A melhor ferramenta para uma determinada tarefa pode ser ultrapassada de um dia para o outro. Vale a pena manter alguma atenção, e fazer algumas experiências com ferramentas diferentes das que habitualmente usamos. Além das ferramentas comerciais, há também um conjunto crescente de modelos open-source, que podem ser adaptados a necessidades mais específicas”, segundo as conclusões do estudo a AESE Business School e do Instituto Superior Técnico.

A  mesma análise conclui que “ainda existe um longo caminho pela frente, ou seja, é necessário fomentar e reforçar a adoção de AI Generativa. Neste processo, o mais importante é mostrar a sua utilidade, por exemplo, através de formações práticas ou aplicações específicas do seu potencial, ajustadas às reais necessidades dos diferentes tipos de utilizadores”.

No total, foram inquiridas 406 pessoas pertencentes à comunidade Alumni da AESE Business School, sendo que 45,8% desempenham funções de Senior Management e 36,9% de Top Management.

 


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