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CGD com lucros de 393 milhões de euros no primeiro trimestre a caírem 0,5% face a março do ano anterior

A Caixa Geral de Depósitos registou lucros de 393 milhões de euros no primeiro trimestre, menos dois milhões que no mesmo período do ano anterior. Com a margem financeira em queda de 11% para 636 milhões
22 Maio 2025, 16h42

A Caixa Geral de Depósitos registou lucros de 393 milhões de euros no primeiro trimestre, menos dois milhões que no mesmo período do ano anterior (0,5%). Com a margem financeira em queda de 11% para 636 milhões.

O contributo da atividade doméstica, cifrou-se em 358 milhões de euros, acima dos 344 milhões um ano antes. O contributo da área internacional  caiu de 54 milhões para 34 milhões de euros, impactado pela imparidade relativa a Moçambique.

A rentabilidade medida pelo ROE fixou-se em 15,3% no primeiro trimestre.

O produto bancário caiu 9,4% para 820,3 milhões de euros, com as comissões a subirem 5% para 147 milhões, abaixo do volume de negócios, “porque a CGD não aumentou o preçário pelo terceiro ano consecutivo”, disse a CFO, Paula Geada. O Volume de Negócios cresce 9,7 mil milhões face a março de 2024.

Os custos de estrutura cresceram 3% para 308 milhões de euros.

O rácio de eficiência está abaixo de 30% (29,9%) e o banco já pagou os 850 milhões de euros, anunciou o CEO do banco, Paulo Macedo.

A CGD tem maios 1% de clientes digitais ativos, mais 2% de clientes mobile  e o número de transações financeiras aumentou 8%.

Em termos da qualidade do crédito, houve uma melhoria do risco. O rácio NPL regista novo decréscimo para 1,44%, face aos 1,48% no final de 2024, inferior à média europeia de 1,9%. A cobertura é de 167%. O rácio de NPE subiu face a dezembro estando em 1,45%, sendo os rácios de NPE impactados pela reclassificação de dívida soberana de Moçambique. O crédito em Stage 3 (com imparidade) subiu nos resultados consolidados em +0,36 pp, para 2,3% por causa da atividade do banco em moçambique (BCI).

O custo de risco de crédito é de -0,25% refletindo a evolução favorável da qualidade do crédito e a melhoria do cenário macroeconómico. Já a exposição a ativos não core – NPL (Non-Performing Loans), imóveis e fundos de reestruturação – regista redução de 49 milhões no trimestre. O stock de crédito malparado caiu 4% nos primeiros três meses do ano para 1.047 milhões de euros, entre curas, recuperações, vendas de carteiras write-off e outros que foram superiores aos inflows.

A CGD antevê um pagamento de IRC em 2025 de cerca de 700 milhões de euros.

No balanço, os depósitos cresceram 8% para 76.334 milhões de euros. O crédito a clientes aumenta cerca de 1,3 mil milhões de euros com crescimento em todos os segmentos. O crescimento foi de 7% para 48.878 milhões. 

O crédito à habitação deu um forte impulso, pois a nova produção cresceu 61% quando no mercado esse crescimento foi de 41%. O segmento “jovem” impulsionou este crescimento.

A CGD reportou que em maio, o balanço do crédito jovem com garantia do Estado, o banco recebeu mais 6.800 pedidos de empréstimo num total de
1,3 mil milhões de euros, e há mais 2.800 operações contratadas ou em fase final de contratação, no valor de cerca de 530 milhões.

O crédito a empresas e institucionais subiu +8%, dos quais o crédito a PME cresceu +7%. “A Caixa é, pela primeira vez, o Banco das PME Líder 2024 com o maior número de Estatutos atribuído”, diz a CGD.

O banco reporta que 92% das operações de Crédito à Habitação realizadas no 1º trimestre de 2025 têm taxa fixa ou mista “evidenciando a adequação da oferta”.

O crédito ao consumo caiu +10% para 1.243 milhões de euros.

“Em Portugal e pela primeira vez, o crédito líquido de imparidades excede o valor de 2016”, revelou o banco.

O banco revela que a exposição a ativos não core mantém decréscimo, recuando 15% para 1.382 milhões de euros. Incluindo fundos de reestruturação cujo a exposição caiu de 135 milhões de euros em março de 2024 para 98 milhões de euros (102 milhões em dezembro). Os imóveis caíram de 180 milhões em março de 2024 para 153 milhões em março (156 milhões em dezembro). O banco revela uma venda de 74 imóveis até março de 2025, tendo o valor de venda excedido o valor contabilístico.

O rácio CET1 é o dobro do exigido com um buffer de cerca de 12 pontos percentuais. Isto já incluindo a distribuição de resultados de 850 milhões de euros, “após dedução de dividendo anual e do payout do trimestre”. Na conferência de imprensa o CEO da CGD explicou que esse buffer é de 3,5 mil milhões a 5,5 mil milhões de euros.  

 

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