O presidente do Conselho de Administração da RTP disse hoje que com o modelo de governo da empresa, com o atual Conselho Geral Independente (CGI), está criada uma “situação de ingovernabilidade”.
Alberto da Ponte e os restantes membros da administração da RTP estão a ser ouvidos na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda (BE), na sequência da proposta de destituição da equipa feita pelo CGI.
“A falta de fundamentação é evidente para quem analisar os factos. […] Este Conselho [de Administração] tem uma história de sucesso à frente da RTP, nunca outra empresa pública teve resultados tão bons” face aos atuais constrangimentos, disse Alberto da Ponte, acrescentando que a sua equipa “sempre agiu com espírito de colaboração com outros órgãos”.
Para Alberto da Ponte, “toda esta situação com o Conselho Geral” demonstra que o resultado do “modelo criado é de uma situação de governabilidade”.
O gestor acusou o CGI de “em apenas dois meses” ter conseguido “fazer o pleno: violar a autonomia e independência editorial, intrometer-se na gestão e ser repreendido pela Entidade Reguladora” para a Comunicação Social.
“Como é que a empresa pode viver com dois Conselhos de Administração? É um modelo? Pode ser”, acrescentou.
Alberto da Ponte disse ainda que o que move atualmente a administração não é a indemnização.
“Move-nos a defesa da honra e da reputação, atingida pela pronuncia do Conselho Geral”, que “foi apresentada não só ao acionista, mas simultaneamente a toda a comunicação social”, disse Alberto da Ponte, considerando esta atuação como “uma falta grave do próprio Conselho Geral”.
Todas estas questões “serão rebatidas em sede própria”, salientou.
Em relação à candidatura à transmissão dos jogos da Liga dos Campeões de futebol, Alberto da Ponte disse que no dia 19 de novembro, quando foi tornado público que a RTP estava na corrida, telefonou ao presidente do CGI, António Feijó, e ao ministro da tutela, Poiares Maduro, manifestando “total disposição” para prestar esclarecimentos sobre o tema.
“Até agora zero”, disse.
Alberto da Ponte acrescentou que o “Projeto Estratégico segue ‘ipsis verbis’ [expressão de origem latina que significa “nas mesmas palavras”] o PDR [Programa de Desenvolvimento e Redimensionamento] “, concluiu.
OJE/Lusa
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