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Chamem-lhe Álvaro. Quem é novo Governador do Banco de Portugal

O economista Álvaro Santos Pereira é o novo Governador do Banco de Portugal mas está longe de ser um nome desconhecido para os portugueses. 
24 Julho 2025, 14h17

A 25 de junho de 2011, apenas quatro dias após a tomada de posse, o então novo ministro responsável pela pasta da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, apresentou-se aos portugueses na Feira Internacional de Artesanato. A escolha do economista para superministro no Governo de Pedro Passos Coelho surpreendeu os analistas, assim como a postura do governante que contava com um percurso académico no Canadá.

Álvaro Santos Pereira é o escolhido para Governador do Banco de Portugal

“Eu prefiro que me chamem sempre Álvaro, porque há uma coisa lá de fora que eu gosto. quando cheguei a Inglaterra pela primeira vez, em vez de chamarem senhor professor a um professor catedrático que era meu orientador, chamavam-lhe Mark, e eu, a partir daí, achei que era muito bom e gosto bastante. Prefiro que me chamem Álvaro do que me chamem ministro”, afirmou ao “Expresso”.

O economista que preferia que lhe chamassem Álvaro em vez de ministro, na verdade era uma espécie de superministro: para além de gerir as pastas de economia, obras públicas, comunicações e energia, ficaria com incumbência de controlar o fluxo das verbas comunitárias. Estaria no Governo até 24 de julho de 2013, com o seu Ministério a perder para outras pastas algumas das competências que lhe tinham sido inicialmente atribuídas.

Em 2012, Álvaro Santos Pereira lançava o repto, depois envolto em polémica, para a internacionalização do pastel de nata, questionando porque não tinha a iguaria a dimensão internacional dos hambúrgueres do McDonalds. Anos depois, esta sobremesa tornou-se tão conhecida como o croissant. Ao ponto de até já haver em Lisboa de pasteis de nata. O pastel de nata é hoje o ícone do país. Álvaro Santos Pereira é que sabia quando queria internacionalizar o pastel de natal. Os pastéis de nata já andam nas bocas do mundo

Em 2014, Álvaro Santos Pereira entrou na OCDE e a 1 de junho de 2024, o antigo governante foi escolhido como economista-chefe da OCDE. Em 2023, e a convite do JE, foi convidado a perspectivar como seria o mundo em 2024 e não hesitou em dizer que Portugal precisa de “mais imigrantes”, considerando que o país devia ter uma política para atrair mais talento estrangeiro.

“Há empregos em Portugal que não os teríamos, se não fossem os imigrantes”, afirmou o economista apontando que o país “está extremamente dependente da mão de obra imigrante”.

Destacando as “baixíssimas” taxas de fertilidade e a taxa de emigração dos portugueses, o diretor no Departamento de Economia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) acredita que o futuro de Portugal passa pelos imigrantes e que é importante que se sintam “em casa”.

Álvaro Santos Pereira nasceu em Viseu, em 1972.

Licenciado em Economia pela Universidade de Coimbra, doutorou-se em Economia pela Universidade Simon Fraser, em Vancouver, Canadá, onde leccionou Desenvolvimento Económico e Política Económica. Foi igualmente professor visitante na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, em cujo departamento de Economia leccionou entre 2000 e 2004. Entre 2004 e 2007, foi docente de Economia Europeia e Desenvolvimento Económico no departamento de Economia da Universidade de Iorque, no Reino Unido.

É autor de vários livros como «Portugal na Hora da Verdade», «O Medo do Insucesso Nacional», «Os Mitos da Economia Portuguesa» e «Diário de um Deus Criacionista», tendo sido colunista de vários órgãos de comunicação social (Diário de Notícias, Público, Diário Económico, Expresso, Exame e Jornal de Notícias); é autor do blogue «Desmitos» e colaborador do blogue «The Portuguese Economy».

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