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Chega aposta na estabilidade para a cobrar no futuro

Ao prometer ser um “farol de estabilidade”, André Ventura já está a acautelar o que vai exigir quando, porventura, vencer eleições com maioria relativa. Ascensão a segunda força tornou essa ambição “realística”, analisa o politólogo Riccardo Marchi.
1 Junho 2025, 20h00

Agora que ascendeu a segunda força do país, ao conseguir eleger 60 deputados, o Chega promete ser um “farol de estabilidade” e ter “sentido de responsabilidade”. André Ventura, que chegou ao Parlamento como deputado único em 2019, veste agora um novo fato e garante que não será o líder da “destruição” nem da “crítica fácil” ou do “bota-abaixo”. Mas avisa que está a construir um governo alternativo porque “a hora da mudança está a chegar a Portugal”.

Com este elevar da fasquia, André Ventura vai manter a “dupla estratégia” de, por um lado, “radicalizar muito o discurso através das bandeiras da imigração, lei e ordem”, e por outro, assumir-se como uma solução de centro-direita. Mas se até aqui se afirmava disponível para fazer parte de um governo, neste momento “convém-lhe muito mais apresentar-se como oposição responsável” e não ser um “fator de instabilidade”, diz ao Jornal Económico (JE) o politólogo Riccardo Marchi.

Isto, porque com a queda abrupta do Partido Socialista (PS) nestas eleições, analisa o especialista, abriu-se uma “oportunidade realística de o Chega, possivelmente, daqui a quatro anos ultrapassar também a Aliança Democrática (AD)” e tornar-se o partido mais votado. E é a pensar nisso que joga agora a carta da estabilidade, a pensar cobrá-la mais tarde se vier a ganhar eleições com maioria relativa, e precisar que o deixem governar e mostrar aquilo que vale ou não.

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