O presidente do Chega, André Ventura, anunciou nesta segunda-feira o corte de relações com o CDS-PP. na sequência da decisão dos centristas em marcar o congresso desse partido para o fim-de-semana de 27 e 28 de novembro, datas em que já estava agendada a reunião magna do partido que lidera.
“O CDS mostrou ser um partido completamente incapaz de responder democraticamente aos anseios da população e mostrou ser incapaz de assegurar qualquer lealdade institucional”, disse André Ventura, numa mensagem de vídeo, recordando a existência da “boa prática parlamentar” de os maiores partidos portugueses não realizarem congressos em simultâneo por motivos mediáticos e logísticos.
Segundo o presidente do Chega, a “falta de respeito democrática e institucional” demonstrada pela direção de Francisco Rodrigues dos Santos, cuja proposta de antecipar o congresso do CDS-PP foi aprovada por larga maioria no Conselho Nacional deste domingo, mostra “como os políticos são capazes de tudo para tentar humilhar e ofuscar os outros”.
Reconhecendo que os centristas “têm hoje mais deputados do que o Chega”, mas sabem quais são as suas intenções de voto nas sondagens e viram os resultados das eleições autárquicas, Ventura disse que o CDS-PP “prefere dar palco à esquerda e dar a mão a este PSD do que criar uma direita forte em Portugal que seja alternativa a António Costa”.
A sobreposição entre os congressos do CDS-PP e do Chega foi apresentada pelo eurodeputado Nuno Melo e alguns dos seus apoiantes como um argumento para que os centristas elegessem a próxima liderança mais tarde – uma carta enviada ao presidente do Conselho Nacional, Filipe Anacoreta Correia, por figuras como Pedro Mota Soares e João Gonçalves Pereira questionava que a antecipação era uma manobra para reduzir as hipóteses de sucesso de candidaturas alternativas à de Rodrigues dos Santos -, mas não surtiu qualquer efeito.
Na mesma mensagem de vídeo o presidente do Chega também comentou a libertação do ex-ministro socialista Armando Vara, numa “notícia que nos deixa a todos perplexos”, e que disse revelar “a hipocrisia e a falência do sistema em Portugal”.
Insurgindo-se contra a “ainda ministra da Justiça” Francisca Van Dunem por Armando Vara ter sido libertado no âmbito das regras relacionadas com a pandemia de Covid-19, Ventura acusou o Governo de mostrar “que há uma justiça para poderosos e uma para pessoas comuns”.
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