O Chega quer que o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, e a Associação Portuguesa de Bancos (APB) sejam ouvidos com urgência na Comissão de Economia sobre os resultados registados pelo sector financeiros, bem como sobre os juros e o seu peso nas famílias portuguesas. No requerimento apresentado este sábado no Parlamento, o deputado Filipe Melo exige ainda que sejam ouvidas neste âmbito a Associação dos Lesados do Banif e a Associação dos Lesados do Papel Comercial do BES.
“As principais instituições bancárias portuguesas com a apresentação dos seus relatórios e contas de 2022 revelaram resultados líquidos acima dos 2.000 milhões de euros, ou seja, um significativo acréscimo de 52% relativamente a 2021, que representa uma subida expressiva de 52% em relação ao ano transato”, começa por salientar o deputado do Chega no requerimento apresentado esta tarde.
E detalha: no caso do banco público, os lucros atingiram 843 milhões de euros, o que significou a entrega ao Estado do maior dividendo de sempre. Já o Santander Totta viu os seus lucros duplicarem entre 2021 e 2022 para mais de 600 milhões de euros, “com uma significativa fração para a casa-mãe em Espanha”, destaca o mesmo parlamentar.
Ora, Filipe Melo nota que , segundo o “Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito” do Banco de Portugal, “as decisões sobre as taxas de juro do Banco Central Europeu contribuíram para um aumento da rendibilidade global dos bancos, entre outubro de 2022 e março de 2023″. Isto ao mesmo tempo que contribuíram para pressionar as famílias e que os bancos não ajustaram integralmente as juros dos depósitos bancários.
“Não admira que, tendo havido em 2022 um valor em poupanças recorde, com um total de 228 mil milhões de euros, ou seja, um crescimento de 6% relativamente a 2021, já se verifica em 2023 uma redução de 2,5 milhões de euros, que advém, por um lado, de ser mais rentável às famílias portuguesas investirem em Certificados de Aforro e, por outro lado, da necessidade de amortizarem o crédito das suas habitações, face à subida das prestações”, sublinha o Chega.
Perante este cenário, o partido revela preocupado com “a diferença abismal das margens financeiras apresentadas pela banca portuguesa, quando se sabe que resulta dos juros mais altos que recebeu pelos empréstimos concedidos às famílias e às empresas, enquanto os juros pagos nos depósitos se mantiveram perto de 0%, o que aliás mereceu a reprovação do Governador do Banco de Portugal”.
Assim, o deputado Filipe Melo resolvei pediu a audição urgência de Centeno, bem como da APB e das demais associações referidas.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com