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Chega vai manter voto contra estado de emergência se não houver sinais de “reabertura faseada”

O deputado único e presidente demissionário do Chega, André Ventura, defende que o confinamento está “a destruir mais do que a ajudar” e pede ao Governo que comece por apresentar um plano de reabertura das escolas.
23 Fevereiro 2021, 16h15

O Chega anunciou esta terça-feira que vai voltar a votar contra a renovação do estado de emergência, se não houve uma intenção de avançar com a “reabertura faseada” da economia. O deputado único e presidente demissionário do Chega, André Ventura, defende que o confinamento está “a destruir mais do que a ajudar” e pede ao Governo que comece por apresentar um plano de reabertura das escolas.

“O Chega vai manter o sentido de voto caso não sejam dados estes sinais de uma reabertura faseada. Se forem dados, admitimos viabilizar este estado de emergência, se a lógica for manter tudo fechado voltaremos a votar contra”, referiu, à saída de uma reunião com o Presidente da República a propósito da renovação do estado de emergência, que vai a votos esta quinta-feira na Assembleia da República.

André Ventura adiantou que, segundo a conversa que teve com o Presidente da República, a intenção é “manter o mesmo nível de confinamento” no novo decreto do estado de emergência, e mostrou-se cético em relação à possibilidade de haver “alguma flexibilização” das medidas restritivas que têm vigorado até agora. Sobre a ausência de um alívio nas medidas, sublinhou: “Acho que é um erro monumental”.

“Vai haver um momento em que vamos começar a ter falta de comida na mesa, falta de dinheiro na carteira, em que a economia e as empresas vão ter de começar a fechar por falta de tesouraria e aí vamos abrir para quem? Este discurso não é irresponsável. É para mostrar ao Governo que compreendemos que está não é uma situação fácil de lidar, mas temos de começar a olhar para o que temos lá fora”, frisou.

O líder do Chega deu como exemplo a Espanha, que optou por “não fechar tudo”, apesar de ter “uma economia frágil como a nossa”. “Optámos por um modelo radical porque falhámos no verão na preparação desta pandemia”, atirou.

Para o Chega, é essencial que o Governo apresente já “neste estado de emergência” um plano com a calendarização da reabertura das escolas, para que “os pais não estejam em casa em saber o que vai acontecer”. “Não temos plano nenhum, estamos a ver se os números baixam para depois voltar a reabrir tudo. Isso não é um plano”, reiterou, salientando que um desconfinamento à pressa pode levar ao descontrolo da pandemia.

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