As chamadas ‘chicotadas psicológicas’, ou seja mudanças de treinador, não traduzem melhorias nas equipas do campeonato nacional de futebol em Portugal, embora esta alteração até seja favorável a curto prazo. Esta é a principal conclusão do estudo, “As chicotadas psicológicas na Liga NOS”, realizado pelo Observatório do Futebol, da Universidade Europeia.
Este estudo teve em conta todos os jogos de todos os clubes onde se verificou uma mudança de treinador durante as épocas desportivas de 2016- 2017, 2017-2018 e 2018-2019 (esta última até à 18ª Jornada), analisando a média a curto prazo (três jogos) e a longo prazo (nove jogos) dos pontos, golos marcados e sofridos, o número de remates, e a percentagem de posse de bola, nos jogos antes do despedimento do treinador e após mudança de técnico.
Os números deste estudo indicam que três jogos depois do despedimento, o novo treinador consegue fazer quase o dobro dos pontos por jogo (1.3) do que os seus antecessores em três jogos antes do despedimento (0.7). No entanto, nove jogos depois, esse efeito positivo do despedimento do treinador tem tendência para começar a desaparecer.
O estudo da Universidade Europeia concluiu também que não existem diferenças significativas entre a média de pontos nos nove jogos antes do despedimento de um treinador, com os nove jogos após o despedimento. Já o rendimento das equipas, o estudo concluiu que a alteração mais relevante com a alteração do treinador surge a curto prazo com a diminuição do número médio de golos sofridos, com as equipas a revelarem mais consistência e eficácia defensiva.
Em relação aos remates à baliza e posse de bola o estudo concluiu que não existem diferenças após a chicotada psicológica, nem a curto, nem a longo prazo. Sobre as condições que antecipam o despedimento dos treinadores, os números revelam que em termos de pontos, no quinto jogo que antecede a rescisão existe uma diminuição de 29% nos pontos por jogo, sendo que este indicador não ultrapassa os 1.0 até ao despedimento.
Contudo, quatro jogos antes do despedimento o estudo mostra um aumento de 21% do número de golos sofridos por jogo, sendo que este indicador não baixa dos 1.7 até ao despedimento. Já o penúltimo jogo antes do despedimento existe uma quebra de cerca de 30% nos golos marcados, sendo que continua inferior a 1.0 até ao despedimento.
Finalmente o estudo da Universidade Europeia fez um análise ao efeito do despedimento dos treinadores na Liga NOS 2018/19 até à presente data, em relação a Rui Vitória (SL Benfica), José Peseiro (Sporting CP), Jorge Simão (Boavista FC), Lito Vidigal (Vitória FC), Cláudio Braga (SC Marítimo), José Mota (CD Aves), Nuno Manta Santos (CD Feirense) e Daniel Ramos (GD Chaves).
As conclusões mostram que o Benfica, Boavista, Desportivo das Aves e Chave conquistaram mais pontos por jogo
após o despedimento dos treinadores. No caso do Benfica e do Boavista, os dois clubes conseguiram mesmo duplicar o número de golos marcados com a chegada de novos técnicos.
Em sentido inverso, Sporting, Setúbal e Feirense pioraram com o despedimento do treinador, com a média de pontos por jogo a descer após o despedimento do técnico anterior.
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