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China apoia luta legal da Huawei contra governo norte-americano

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse esta sexta-feira apoiar a luta legal da gigante das telecomunicações Huawei contra o Governo dos Estados Unidos, afirmando que as empresas chinesas não devem ser “cordeiros silenciosos”.
8 Março 2019, 08h05

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse esta sexta-feira apoiar a luta legal da gigante das telecomunicações Huawei contra o Governo dos Estados Unidos, afirmando que as empresas chinesas não devem ser “cordeiros silenciosos”.

Wang disse que Pequim “tomará todas as medidas necessárias” para defender as empresas chinesas e que incentiva as firmas do país a usarem “armas legais” para se defenderem.

Questionado em conferência de imprensa sobre a detenção de uma executiva da Huawei no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, Wang afirmou que se trata de um caso de “deliberada repressão política”.

A diretora financeira da Huawei, Meng Wenzhou, foi detida, em dezembro passado, a pedido dos EUA, durante uma escala de um voo, em Vancouver, por ter alegadamente violado sanções contra o Irão.

O processo de extradição já foi, entretanto, formalmente iniciado.

O Congresso dos EUA proíbe ainda agências governamentais de comprarem produtos da Huawei, ao abrigo da Lei de Autorização de Defesa Nacional, por considerar que a empresa serve a espionagem chinesa.

Na quinta-feira, a Huawei anunciou que moveu uma ação contra o governo norte-americano, devido à restrição dos seus produtos.

“Esta proibição não só é ilegal, como também impede a Huawei de agir em concorrência livre e prejudica os consumidores norte-americanos”, disse o presidente rotativo da empresa, Guo Ping.

Guo considerou que a decisão do governo de Donald Trump é “inconstitucional” e constitui uma interferência no mercado.

A decisão da fabricante chinesa surge após ter sido acusada de 13 crimes por procuradores norte-americanos, incluindo fraude bancária e espionagem industrial.

Os EUA têm ainda pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de Quinta Geração (5G), a Internet do futuro.

As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais elétricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como ativos estratégicos para a segurança nacional.

A empresa tem rejeitado alegações sobre a segurança da sua tecnologia 5G, insistindo que não tem “portas traseiras” para aceder e controlar qualquer dispositivo, sem o conhecimento do usuário.

Wang Yi não detalhou sobre como o governo chinês pode apoiar a empresa na sua batalha legal.

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