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China: atividade industrial cai em julho pelo quarto mês consecutivo

O índice de gestores de compras (PMI, indicador de referência do setor), difundido pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês, situou-se em julho em cerca de 49,3 pontos, 0,4 menos do que os 49,7 registados no mês anterior, ficando abaixo das previsões dos analistas.
China
A surveillance camera is silhouetted behind a Chinese national flag in Beijing, China, November 3, 2022. REUTERS/Thomas Peter/File Photo
31 Julho 2025, 09h13

A atividade na indústria transformadora da China diminuiu em julho pelo quarto mês consecutivo, e fê-lo a um ritmo mais acentuado do que nos dois meses anteriores, de acordo com dados oficiais hoje divulgados.

O índice de gestores de compras (PMI, indicador de referência do setor), difundido pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE) chinês, situou-se em julho em cerca de 49,3 pontos, 0,4 menos do que os 49,7 registados no mês anterior, ficando abaixo das previsões dos analistas.

Neste indicador, um valor acima do limiar de 50 pontos representa um crescimento da atividade no setor em comparação com o mês anterior, enquanto um valor abaixo representa uma contração.

Entre os cinco subíndices que compõem o PMI industrial, os de produção e prazos de entrega foram os únicos que ficaram acima da marca mencionada, enquanto os de novas encomendas – fundamentais para medir a procura -, inventários de matérias-primas e emprego permaneceram na zona de contração.

Zichun Huang, da consultora britânica Capital Economics, considerou que os indicadores divulgados hoje sugerem que a economia chinesa “perdeu algum impulso em julho, com um crescimento mais lento nos setores industrial, de serviços e de construção”.

“Dada a ausência de sinais de estímulo na reunião do Politburo – a cúpula do Partido Comunista Chinês – de quarta-feira, vemos poucas razões para esperar uma recuperação económica durante o segundo semestre do ano”, previu.

Quanto à contração do PMI industrial, Huang salientou que, apesar de o GNE ter atribuído parte da descida a interrupções na produção por causas meteorológicas, a análise sugere que a procura “também enfraqueceu”.

“Depois de ter recuperado nos meses anteriores graças à trégua comercial entre os EUA e a China, o índice de novas encomendas de exportação voltou a cair, uma vez que as tarifas elevadas começaram novamente a fazer mossa. Ainda assim, continua acima dos níveis de abril, e a maior parte da atual fraqueza na procura parece ter origem interna”, observou.

Em relação ao PMI do setor não manufatureiro, que mede a atividade nos setores de serviços e construção, ele passou de 50,5 pontos em junho para 50,1 no mês que termina hoje, o valor mais baixo desde novembro do ano passado.

O setor da construção foi o que mais sofreu essa contração, passando de 52,8 pontos em junho para 50,6 em julho, enquanto o setor de serviços recuou apenas 0,1 pontos, de 50,1 para 50 pontos.

Os especialistas da Capital Economics mostraram-se “céticos” quanto ao facto de a queda no setor da construção se dever ao mau tempo, uma vez que o índice de expectativas futuras também diminuiu.

“O maior problema parece ser que o impulso à despesa em infraestruturas derivado do apoio fiscal está a começar a desaparecer, enquanto a construção de habitações continua sob pressão”, salientou Huang.

O PMI composto, que reúne a evolução das indústrias manufatureiras e não manufatureiras, caiu de 50,7 pontos em junho para 50,2 em julho, o seu nível mais baixo desde abril.

“Duvidamos que o resto do ano seja muito melhor, dada a contínua moderação do crescimento das exportações e a falta de urgência por parte da liderança chinesa em fornecer maior apoio político”, afirmou a consultora britânica.

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