Numa análise detalhada, Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX, destacou a resiliência das bolsas americanas, que continuam a bater recordes mesmo em um cenário de juros elevados. Segundo Saravalle, o desempenho positivo do S&P 500 é impulsionado principalmente pela lucratividade das empresas, superando as expectativas dos principais analistas de Wall Street.
Saravalle observou que, embora os analistas tenham revisado suas projeções para o S&P 500 para cima, o potencial de valorização adicional é limitado. “Temos visto revisões positivas para o S&P 500, mas o consenso é que o potencial de alta seja relativamente pequeno, com muitos analistas acreditando que os preços atuais já refletem esse otimismo”, comentou.
Outro ponto crucial da análise de Saravalle foi a crescente desdolarização nas transações internacionais, especialmente na China. “Nos últimos 15 anos, a China tem substituído o dólar por sua moeda local, o yuan, em suas transações comerciais. Em 2023, a participação do yuan superou a do dólar nas transações chinesas”, explicou Saravalle, apontando uma mudança significativa no panorama econômico global.
Apesar dessa tendência de desdolarização, Saravalle enfatizou que o dólar continua a ser a principal moeda de transações internacionais. “Embora a China tenha aumentado o uso do yuan, o dólar ainda prevalece globalmente. O euro e o iene, por outro lado, têm perdido espaço nas transações comerciais.”
A análise também destacou a influência das taxas de juros dos EUA no fortalecimento do dólar em relação a outras moedas. “Os juros altos nos Estados Unidos tendem a manter o dólar forte, enquanto o euro pode se desvalorizar conforme a Europa reduz seus juros antes dos EUA”, afirmou Saravalle. Ele acrescentou que essa dinâmica dificulta a valorização de outras moedas, como o real brasileiro, no curto prazo.
Assim, Marco Saravalle concluiu que a lucratividade das empresas continuará a impulsionar o S&P 500, desde que não haja grandes surpresas negativas no cenário econômico. “A bolsa americana está em uma direção de alta, enquanto a brasileira enfrenta desafios no curto prazo”, finalizou.
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