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China coloca em causa acordo com EUA para a guerra comercial e ameaça com “as retaliações necessárias”

China diz que a forma de atuar dos EUA “desvia-se” da forma correta de resolver conflitos entre países e vai contra o consenso atingido entre os dois Estados na cimeira do G20 em Osaka, Japão.
Reuters
15 Agosto 2019, 11h53

O líder do comité de tarifas do Ministério das Finanças da China admitiu esta quinta-feira, 15 de agosto, que a imposição de uma tarifa adicional sobre os bens chineses avaliados em 300 milhões de dólares, pelos Estados Unidos, pode colocar em causa os esforços já realizados por ambos os Estados na resolução da chamada Guerra Comercial. Citado pela Bloomberg, o político acenou ainda com “as retaliações necessárias” contra os Estados Unidos.

As duas maiores economias do mundo tinham acordado um período de tréguas na guerra comercial, mas o facto de em julho a administração Trump ter avançado com taxas adicionais sobre as importações de produtos chineses para o mercado norte-americano leva, agora, a China a posicionar-se oficialmente.

Para as autoridades chinesas a forma de atuar norte-americana “desvia-se” da forma correta de resolver disputas entre países e vai contra o consenso atingido entre os dois países na cimeira do G20 em Osaka, Japão.

Após a imposição das tarifas adicionais sobre os bens chineses, verificou-se a desvalorização do renminbi (nome oficial do yuan) entre junho e agosto, num movimento cuja origem foi atribuída ao Estado chinês, nomeadamente ao Banco do Povo Chinês.

As praças financeiras mundiais registaram fortes perdas depois de Pequim permitir que o yuan caísse para o valor mais baixo em 11 anos, em relação ao dólar, mas o Banco do Povo Chinês garantiu às empresas que não permitirá mais quedas acentuadas e que a taxa de câmbio se manterá estável.

A instituição chinesa justificou a depreciação do yuan como “medida unilateral e protecionismo comercial” e de “imposição de aumento de taxas alfandegárias contra a China”, numa clara referência ao último episódio da guerra comercial que começou entre Pequim e Washington, no verão de 2018.

Na prática, um yuan mais fraco significa que os produtos chineses são mais baratos, o que pode ajudar a conter o efeito negativo das novas taxas sobre a competitividade da economia chinesa.

Esta quinta-feira, após esse movimento no mercado cambial, a China ameaça romper qualquer tipo de tentativa de acordo comercial. Uma posição que surge depois de, na terça-feira, 13 de agosto, Pequim ter revelado uma chamada telefónica com Washington e que as negociações iam ser retomadas no início de setembro.

Entretanto, a Casa Branca decidiu retirar alguns bens da lista de produtos que seriam alvo das tarifas, além de adiar a aplicação das tarifas sobre alguns dos bens dessa lista de 1 de setembro para 15 de dezembro.

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