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China poderá reduzir tarifas às importações de automóveis produzidos nos EUA

Avanço nas negociações entre os EUA e a China pode reforçar as tréguas comerciais que começaram no passado dia 1 e têm um prazo de 90 dias. Ações das grandes construtoras mundiais subiram. Vendas de automóveis no mercado chinês desaceleraram no segundo semestre do ano.
  • Kevin Lamarque/REUTERS
11 Dezembro 2018, 18h21

As negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China conheceram novos avanços esta terça-feira. A Bloomberg noticia que a China poderá reduzir as tarifas às importações de automóveis produzidos nos EUA, de 40% para 15%. A confirmar-se a notícia, uma vez que o governo chinês vai analisar a proposta nos próximos dias, a China colocaria o preço das exportações norte-americanas de veículos em pé de igualdade com as de outros países.

A decisão final do governo chinês ainda não está tomada e até poderá ter outro rumo. No entanto, a redução destas barreiras aduaneiras seria considerada um ato de boa-fé tomado pela administração chinesa que poderia reforçar as tréguas comerciais acordadas entre as duas maiores potências económicas do mundo durante a cimeira do G-20, em Buenos Aires, capital argentina, numa altura em que a detenção de Meng Wanzhou, CFO da Huawei, está a agitar as relações diplomáticas entre a China, os EUA e o Canadá, país onde a executiva chinesa foi capturada.

A comunicação social internacional também noticiou que altos dirigentes das administrações norte-americana e chinesa tiveram conversas telefónicas esta terça-feira de manhã, no fuso horário de Pequim, a capital chinesa. Segundo a Bloomberg, trata-se de um sinal que “o diálogo entre os dois países em torno das relações comerciais estão a continuar, independentemente da tensão causada por causa da Huawei”.

Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revelou que estão em curso “conversações muito produtivas com a China” e chamou a atenção para “anúncios importantes”.

Os últimos acontecimentos tiveram impactos positivos nas bolsas mundiais, em particular nos títulos das grandes construtoras mundiais. Na Europa, as ações da Daimler, dona da Mercedes, subiram 2,69%; as da Volkswagen ganharam 3,63% e as da BMW valorizaram 1,83%. Nos EUA, os títulos da General Motors aumentaram 2,56% e as da Ford 0,41%.

Procura por automóveis na China desacelera

Em 2016, o mercado chinês foi responsável por 30% de todas as vendas de automóveis no mundo. No entanto, desde então, as vendas no maior mercado do mundo têm decrescido, devido à poluição e ao congestionamento do trânsito na China, segundo os dados do site Focus2move, especializado na indústria automóvel à escala global, que analisa as tendências de mercado em 146 mercados.

Para combater a poluição e o congestionamento do trânsito, o governo chinês criou incentivos à compra de veículos mais pequenos ou com emissões de CO2 reduzidas. Em janeiro de 2017, as tarifas dos automóveis a motor de combustão de cilindrada acima de 1,6 aumentaram de 5% para 7,5%. No mesmo ano, segundo a Associação de Produtores de Automóveis da China, as vendas de veículos ligeiros aumentaram 0,9% em termos homólogos, para cerca de 22,8 milhões de unidades.

Em maio, o governo chinês anunciou a redução de dez pontos percentuais para 15% às importações de automóveis, com efeitos a partir de 1 de julho de 2018, o que significa que, desde então, os veículos ligeiros são tachados a 15%. No entanto, este ano, o mercado automóvel chinês tem perdido fulgor, devido a uma quebra da procura interna, explica o Focus2move. Depois de um primeiro semestre positivo, a quebra das vendas acelerou-se a partir do terceiro trimestre, com uma queda de 9,2% em termos homólogos. Ainda assim, as projeções mais otimistas apontam para um crescimento do volume de vendas acumuladas de 0,2%, ou seja, com cerca de 28,7 milhões de unidades vendidas em 2018.

Em 2018, a marca mais vendida na China é a Volkswagen, algo que já aconteceu em 2017. Seguem-se a Honda e a Changan, uma marca chinesa. A primeira marca norte-americana é a Buick, da General Motors, que surge na oitava posição.

 

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