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China reforça presença no Brasil em mais 4,5 mil milhões de euros

A China é cada vez mais o parceiro privilegiado do Brasil. Vice-presidente Geraldo Alckmin encontrou-se com o presidente Xi Jinping para estreitar as parcerias bilaterais aos mais diversos níveis.
8 Junho 2024, 09h54

O vice-presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, encontrou-se esta sexta-feira com o presidente da China, Xi Jinping, encerrando missão oficial de quatro dias na China que resultou, entre outras coisas, em 24,6 mil milhões de reais (cerca de 4,5 mil milhões de euros) em concessões de crédito ao Brasil. A VII Sessão Plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação (Cosban), copresidida por Alckmin, facilitou a aprovação do financiamento, que será destinado a obras de infraestrutura, nomeadamente para a reconstrução do Rio Grande do Sul.

“Concluímos esta missão à China com resultados muito satisfatórios. Garantimos mais financiamentos para projetos diversos no Brasil, com foco significativo na reconstrução do Rio Grande do Sul”, afirmou Alckmin, citado em nota oficial do governo. O vice-presidente reforçou o compromisso do governo federal com o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente, ressaltando que o Brasil é um país estável, com economia em expansão e que, recentemente, aprovou reformas como a tributária, que facilitam os investimentos no país.

Entre os empréstimos firmados durante a missão oficial, destacam-se memorando de entendimento (MOU) assinado entre o Ministério da Fazenda e o Banco Asiático de Investimentos e Infraestrutura (AIIB), que garante até cerca de mil milhões de euros para apoio de emergência ao Rio Grande do Sul.

Outros 800 milhões em crédito serão concedidos pelo Banco de Desenvolvimento da China (CDB) ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos vão apoiar projetos na área de infraestrutura no Brasil, incluindo projetos relacionados com as mudanças climáticas e a economia verde. CDB e BNDES acordaram também crédito de 600 milhões de euros para ações de investimento do BNDES.

Já o Banco de Exportação e Importação da China (Eximbank) e o Banco do Brasil (BB) assinaram acordo de empréstimo de 470 milhões. Os recursos devem facilitar o comércio e a cooperação bilateral entre Brasil e China, refere a mesma entidade. O BB também firmou acordo com o CDB para linha de crédito de mais 470 milhões, que deve permitir o aprofundamento da cooperação entre Brasil e China. Fechando a lista de investimentos, BNDES e AIIB assinaram carta de intenção para negociação de uma nova linha de crédito, de 240 milhões de euros.

Também durante a missão de Alckmin à China, foi formalizado financiamento de mil milhões do New Development Bank (NDB), o banco do Brics, para o Rio Grande do Sul. O acordo foi assinado pelo vice-presidente e pela presidenta do NDB, a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff.

Para além desses acordos, que somam mais de 4,5 mil milhões por conta da Cosban, a missão liderada por Alckmin assinou um acordo com a ApexBrasil para venda de 120 mil toneladas de café brasileiro, o equivalente a 94 milhões de euros, para a rede de cafés chinesa Luckin Coffee. Com este único acordo, o valor exportado em café para a China dobra em relação a 2023, refere o governo do país.

Na missão à China, o vice-presidente deu ênfase à agenda do G20, organismo neste momento presidido pelo Brasil, citando diversas vezes o compromisso brasileiro com transição energética e a segurança alimentar. Alckmin manteve também, ao longo da visita, encontros com representantes de empresas chinesas de diversos sectores, entre eles a energia, automóvel e farmacêutico. Além disso, um número recorde de empresários brasileiros participou de fórum empresarial destinado ao fortalecimento da relação bilateral entre os dois países.

As plenárias da Cosban, sofisticado mecanismo de negociação bilateral Brasil-China, acontecem a cada dois anos. Em 2026, o encontro ocorrerá no Brasil. “As reuniões bienais da Cosban “são de grande relevância para manter abertos os canais de diálogo entre os dois governos, permitindo o aprofundamento de nossa parceria em uma vasta gama de projetos”, afirmou o vice-presidente.

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