O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) organiza, no início de abril, o seu segundo exercício de cibersegurança, este ano centrado em processos eleitorais, foi hoje anunciado.
O objetivo “passa por avaliar o grau de preparação e a maturidade das diversas entidades para lidarem com incidentes de grande dimensão” e “desenvolver as sinergias necessárias à gestão de crises no ciberespaço” das entidades que participam, públicas e privadas, no exercício, lê-se num comunicado do CNCS.
Segundo o comunicado do CNCS, centro coordenador operacional e autoridade nacional especialista em matéria de cibersegurança em Portugal, o “processo eleitoral é o cenário a testar” nesta edição.
O propósito é, na prática, “exercitar, não só o processo de decisão de forma a garantir uma resposta coordenada a todos os níveis dentro das entidades participantes”, como “testar os mecanismos de cooperação e os processos de troca de informação e ainda as atividades de cooperação e/ou planos de contingência a nível nacional”, segundo é referido no comunicado.
O exercício vai ser organizado pelo CNCS, em cooperação com a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e terá o apoio da Agência da União Europeia para a Segurança das Redes e da Informação (ENISA).
Em outubro, numa altura em que foram publicadas várias reportagens sobre “fake news” ou notícias falsificadas em Portugal, foi anunciado que a CNE e o CNCS estavam a preparar iniciativas-piloto para tentar minimizar esse fenómeno nas eleições europeias e legislativas de 2019.
As “fake news”, notícias falsificadas ou manipulação para fins políticos, ganharam importância nas presidenciais dos EUA que ditaram a eleição de Donald Trump, no referendo sobre o ‘Brexit’ no Reino Unido e, mais recentemente, nas presidenciais no Brasil, em que ganhou o candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro.
Em Portugal registaram-se alguns casos de “fake news”, nomeadamente um que envolveu a coordenadora do BE, Catarina Martins, por alegadamente usar um relógio avaliado em 20 milhões de euros.
O Centro Nacional de Cibersegurança já tinha informado, em abril de 2018, que ia colaborar este ano numa iniciativa europeia para “mitigar os problemas” com eventuais perturbações nas eleições ao Parlamento Europeu como as que afetaram os EUA ou o referendo no Reino Unido.
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