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CIP apoia prioridades da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, mas pede chegada urgente dos fundos

Numa carta de apresentação das prioridades das empresas portuguesas para a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, António Saraiva diz que as empresas devem ser colocadas no centro da recuperação económica e que é necessário “aproveitar ao máximo soluções inovadoras e flexíveis que permitam políticas ativas” no mercado de trabalho.
  • Cristina Bernardo
13 Janeiro 2021, 18h11

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal defende a urgência na chegada dos fundos europeus à economia, argumentando que as empresas devem ser colocadas no centro da recuperação. A instituição presidida por António Saraiva apoia ainda assim as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

Numa carta de apresentação das prioridades das empresas portuguesas para a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, enviada ao Governo e à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o patrão dos patrões salienta que as empresas devem ser colocadas no centro da recuperação económica, “depois de terem assumido uma grande responsabilidade ao conseguirem manter amplamente o emprego durante a pandemia e de terem demonstrado criatividade e flexibilidade para se adaptarem”.

“Contudo, muitas empresas colapsaram e uma grande parte está a esgotar as reservas disponíveis para se manterem em funcionamento”, refere António Saraiva, acrescentando que “os apoios públicos, até ao momento, têm conseguido mitigar dificuldades e conter o aumento do desemprego. No entanto, são manifestamente insuficientes, no contexto de uma crise avassaladora que se arrasta há largos meses”.

A confederação patronal apoia as prioridades definidas para a Presidência portuguesa de uma Europa resiliente, social, verde, digital e global, mas deixa algumas recomendações, entre as quais garantir uma recuperação “forte, sustentável e inclusiva” e para tal considera ser necessário “aproveitar ao máximo soluções inovadoras e flexíveis que permitam políticas ativas no mercado de trabalho, para promover a redistribuição de trabalhadores dos setores mais afetados para outros que sofrem com a escassez de mão de obra”.

“As medidas a serem adoptadas devem levar em consideração o momento difícil que as empresas privadas, principal fonte geradora de empregos, enfrentar e, assim, evitar encargos adicionais”, pode ler-se no documento das prioridades da confederação.

O presidente da CIP urge ainda a libertação das empresas de “custos desnecessários, eliminar barreiras existentes no mercado único, e assegurar condições equitativas no acesso aos mercados”.

“É importante, também, adequar as nossas ambições à nova realidade. Devemos certamente avançar com a dupla transição climática e digital, dado que são a resposta para o nosso crescimento no médio e longo prazo. Contudo, os objetivos não poderão ser alcançados no imediato, pelo que temos de lidar com as necessidades e a realidade económica atuais”, afirma António Saraiva.

Exorta ainda a Europa a concretizar dos acordos comerciais existentes e a ratificação dos acordos já celebrados, como o do Mercosul, ao aprofundamento das relações União Europeia-África e ao relançamento da agenda transatlântica.

“A pandemia alertou para as fragilidades do sistema devido a uma rigidez exagerada que caracterizou as cadeias globais de valor e evidenciou as dependências excessivas em determinados setores ou em relação a determinados países. No seu esforço para garantir a autonomia estratégica, a Europa não deve fechar-se”, acrescenta António Saraiva.

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