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CIP defende emissão de ‘eurobonds’ ou ‘coronabonds’ como “terapia” para a crise provocada pela Covid-19

Em conferência de imprensa, após a reunião extraordinária com o Governo e os restantes parceiros da concertação social, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, disse que é necessário agir com “rapidez” e o Governo e a UE devem agir com “espírito de entreajuda” para salvar a economia e os empregos.
  • Cristina Bernardo
25 Março 2020, 18h52

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, defendeu esta quarta-feira a necessidade de os Estados-membros da União Europeia (UE) emitirem dívida conjunta para mitigar os impactos negativos do novo coronavírus (Covid-19). António Saraiva diz que é necessário agir com “rapidez” e o Governo e a UE devem agir com “espírito de entreajuda” para salvar a economia e os empregos.

“Apesar de alguns Estados-membros não se terem até agora mostrado disponíveis para essa metodologia é fundamental criar novos mecanismos: as eurobonds, as coronabonds, ou como lhe quiserem chamar. Não importa a adjetivação, importa o resultado e a terapia para este problema com que nos deparamos”, afirmou António Saraiva, em conferência de imprensa, após a reunião extraordinária do Governo com os parceiros da concertação social para preparar o Conselho Europeu e fazer o ponto de situação da Covid-19.

“Deve-se exigir à UE confiança, união e solidariedade, porque Portugal e nenhum dos Estados-membros sozinho vai conseguir ultrapassar esta crise, porque a dimensão e o tempo que vai exigir a todos nós é insustentável. Não chega alterar algumas regras da União. É necessário que as medidas sejam rápidas e que a UE seja solidaria com cada um dos Estados-membros”, defendeu António Saraiva.

António Saraiva disse que “Portugal está a fazer os possíveis” ao “fatiar” as medidas, mas sublinha que é preciso que essas medidas sejam executadas de forma rápida para “chegarem rapidamente às empresas para que possam garantir os empregos”. “Para garantir emprego, é necessário que haja um espírito de entreajuda entre o Governo e a União Europeia para salvar a economia e os empregos”, disse.

“A palavra de ordem é rapidez. Temos de remover a parede de burocracia que hoje está instalada quer na UE como na Administração Pública em Portugal porque a situação é de emergência”, acrescentou.

Numa carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, António Costa e oito outros líderes europeus (da França, Itália, Espanha, Bélgica, Luxemburgo, Irlanda, Grécia e Eslovénia) pedem a implementação de um instrumento europeu comum de emissão de dívida para enfrentar a crise provocada pela covid-19, “para angariar fundos no mercado na mesma base e em benefício de todos os Estados-membros”.

Segundo os oito líderes europeus, as ‘eurobonds’ permitiriam assegurar “um financiamento a longo prazo estável para as políticas necessárias para fazer face aos danos causados por esta pandemia”, proporcionando a todos os Estados-membros as mesmas condições.

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