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CIP vai discutir com o Governo pacote de capitalização às empresas de três mil milhões de euros

António Saraiva, presidente da CIP, vai apresentar esta terça-feira, em reunião com o primeiro-ministro, António Costa, novas formas de apoiar as empresas portuguesas. Saraiva vai propor um pacote para capitalizar as empresas até três mil milhões de euros e a emissão de dívidas subordinadas a dez anos para as micro e pequenas empreas.
  • Cristina Bernardo
18 Maio 2020, 17h02

A CIP – Confederação Empresarial de Portugal vai apresentar esta terça-feira ao primeiro ministro, António Costa, novas medidas de apoio às empresas portuguesas. Em causa, António Saraiva, presidente da CIP está a apresentação de medidas de capitalização às empresas, num pacote que poderá atingir os três mil milhões de euros.

Em conferência de imprensa por meios telemáticos após a apresentação dos resultados do terceiro inquérito do inquérito CIP – FutureCastLab ISCTE – Medidas de Proteção de Saúde pos Estado de Emergência, António Saraiva vai apresentar ao Governo metodologias de capitalização às empresas que poderão passar “por exemplo, por capital de risco”.

António Saraiva vai ainda sugerir a emissão de dívidas subordinadas a dez anos para as micro e pequenas empresas, “com amortização de carência e outros cinco anos com taxas de juro muito pequenas, quase zero”.

“Enviámos esta proposta ao primeiro ministro no final da semana passada e solicitámos a reunião para ouvir a resposta que o Governo terá sobre estas posições”, referiu o presidente da CIP.

A reunião está marcada para esta terça-feira, às 15h00.

Segundo António Saraiva, estas medidas são importantes em termos de competitividade das empresas nacionais na esfera internacional. Quando a economia retomar, “as nossas empresas não podem partir em último lugar da corrida, por isso é necessário reforçar capitais”, frisou o presidente da CIP.

No inquérito foram inquiridas cerca de 1.200 empresas e, entre as conclusões apuradas, António Saraiva começou por destacar que as empresas estão a retomar a atividade “lentamente”. “Na semana passada, 47% ainda estavam parcial ou totalmente encerradas”.

Sobre o teletrabalho, o inquérito apurou que a “quase totalidade das empresas que podem recorrer ao teletrabalho estão a fazê-lo”. Quanto às medidas anunciadas pelas autoridades da saúde para a reabertura de estabelecimentos, 88% das empresas inquiridas consideram-nas “razoáveis”, sendo que a generalidade das companhias estão a cumprir as normas de higienização das mãos, a promover o uso de máscara e a respeitar o distanciamento social.

Quanto às medidas anunciadas pelo Governo, quatro em cada cindo empresas consideram que ficaram “aquém” e referiram que sentiram dificuldades de acesso. “As medidas são bem-vindas, mas têm de ser rápidas, de fácil acesso e eficazes”, disse António Saraiva. O presidente da CIP disse também ser necessário que “o alargamento das linhas [de crédito] ocorra”.

Maria Salomé Rafael, presidente da Nersant, referiu que as empresas do distrito de Santarém têm abordado bastante a “questão da moratória relativamente ao tempo” e revelou que muitas “têm a esperança que as moratórias venham aumentar algum tempo”, quer se tratem das moratórias públicas, quer das moratórias da banca. “Houve bancos que avançaram para moratórias a um ano, o que achamos uma boa solução, mas outros não”, vincou Maria Salomé Rafael.

Em relação às linhas de crédito, a presidente da Nersant disse tratar-se da “maior desilusão que encontramos no distrito de Santarém”, embora tenha admitido que a resposta está agora “mais célere”.

No entanto, “na semana anterior, dos empréstimos solicitados pelas empresas, apenas 11% tinham recebido na segunda-feira passada”, disse Maria Salomé Rafael.

A presidente da Nersant também defendeu o “reforço destas linhas de crédito”, que já “estão praticamente esgotadas” e também o aumento da duração do layoff simplificado, que é “uma ajuda muito importante para as empresas e para a manutenção dos postos de trabalho”.

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