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Cláudia Goya deixa presidência da Altice Portugal

Gestora tinha sido uma escolha do ex-presidente executivo do grupo Altice, que abandonou o cargo a 9 de novembro. Escolha de nova liderança deverá passar por solução interna. A Meo desmente saída da gestora da ex-PT Portugal.
  • Cristina Bernardo
20 Novembro 2017, 16h26

Cláudia Goya vai deixar a presidência da PT Portugal esta semana, no quadro das alterações à equipa de gestão que o grupo Altice está a fazer, apurou o Jornal Económico, de fonte ligada ao processo.

A saída de Cláudia Goya  insere-se num processo global de reorganização do grupo. A decisão terá sido tomada na passada sexta-feira.

A Altice Portugal disse ao Jornal Económico que não comenta “rumores” e nega que “Cláudia Goya esteja de saída da empresa”.

Cláudia Goya foi nomeada para presidente executiva da PT Portugal em julho, substituindo Paulo Neves, que passará a chairman depois de concluído o negócio de compra da Media Capital.

A gestora, que foi diretora-geral da Microsoft Portugal e era, até entrar na PT, administradora da multinacional norte-americana no Brasil, com o pelouro das operações, tinha sido uma escolha de Michel Combes, que foi presidente executivo da Altice, tendo renunciado ao cargo a 9 de novembro.

Em consequência da saída de MIchel Combes, Patrick Drahi passou a presidente da empresa, Dexter Goei a presidente executivo e Dennis Okhuijsen a CEO da Altice Europe.

O português Armando Pereira passou a ser responsável operacional pelas operações de telecomunicações do grupo.

Na PT Portugal, a mesma fonte afirmou ao Jornal Económico que a escolha do novo presidente da PT Portugal deverá recair sobre uma solução interna, ideia que tinha sido já defendida por Armando Pereira.

Na conferência telefónica com analistas, feita a 15 de novembro, os responsáveis pela Altice anunciaram como prioridade do grupo o foco nos problemas operacionais, especialmente em França, e na redução da dívida, em detrimento de novas aquisições.

Este “regresso ao básico”, como definiu o novo presidente executivo da Altice Europe, Dennis Okhuijsen, que também é responsável pelo pelouro financeiro, é sublinhado depois de a Altice perder metade do valor, em apenas 15 dias.

A Altice apresentou as contas do terceiro trimestre do ano a 2 de novembro, que mostraram uma quebra de 1,8% das receitas, para 5.755 milhões de euros, e uma subida de 1,8% dos resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA), abaixo do esperado pelos analistas.

Na sessão seguinte, de 3 novembro, a cotação das ações da Altice caíram mais de 20%, na bolsa de Amesterdão. No dia 9, o grupo anuncia a renúncia de Michel Combes do cargo de presidente executivo da Altice e da francesa SFR. Patrick Drahi passa a president da empresa, Dexter Goei a presidente executivo e Dennis Okhuijsen a CEO da Altice Europe.

Na conferência com analistas, tanto Patrick Drahi como Okhuijsen apontaram a preocupação da Altice com a operação e prometeram melhorias, depois da nomeação de Armando Pereira como responsável operacional pelas telecomunicações, especialmente em França.

“Garanto que vamos ter alterações nos KPI [indicadores operacionais] nos próximos tempos”, afirmou Drahi, sublinhando que Armando Pereira tem experiência de “corrigir operações” em diversos mercados.

“Teremos uma pessoa focada em tomar conta da fábrica [no mercado francês], porque não está a funcionar”, disse.

“Estamos 150% seguros de que os KPI vão melhorar”, acrescentou.

(atualiza com informação oficial da MEO às 18h)

 

 

 

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