A empresa portuguesa CM Socks, de Vila Nova de Famalicão, é especialista na área têxtil e define a sua capacidade de intervenção no mercado através de uma aposta na inovação. O último produto dessa aposta é uma meia que possui tecnologia de prevenção de entorses, além de permitir uma melhoria do desempenho desportivo. Trata-se da Prevent Sprain Technology (PST), resultado de uma parceria da CM Socks com o Hospital de Santo António e a Escola Superior de Saúde do Porto, contando com o apoio de fundos comunitários, no âmbito de programas de apoio à inovação produtiva.
O conceito da ideia é simples: incorporar nas meias suportes de tornozelo e ligaduras funcionais. A parceria alcançou esse propósito criando uma meia que permite um retorno venoso melhorado, maior estabilidade, performance melhorada, para além de elevado conforto e tratamento antibacteriano. Os estudos realizados pela CM Socks, em conjunto com os fisioterapeutas Diogo Silva e Alexandre Lopes, docentes do ensino superior e investigadores, permitiram chegar à conclusão de que a meia em questão promoveu um aumento moderado a elevado da estabilidade, uma redução moderada a elevada da sensação de fadiga, um aumento moderado a elevado da performance e um aumento moderado a elevado do conforto, comparativamente à meia standard.
Esta nova meia foi apresentada, pela primeira vez, na Feira Normédica/Ajutec, realizada na Exponor, no Porto. Os responsáveis pelo projeto dizem que “o novo conceito teve uma receção extremamente positiva entre desportistas e especialistas médicos”. Em declarações ao Jornal Económico, Carlos Maia, fundador e administrador da CM Socks, afirma que a resposta superou as expetativas. “A apresentação correu de forma absolutamente fantástica. Tivemos inúmeras visitas e fizemos muitos contactos, para além de termos já várias encomendas realizadas”, disse Carlos Maia. “A meia tem tido um enorme sucesso, ultrapassando até as nossas expetativas. Tivemos várias visitas de técnicos ligados à área, de atletas, médicos, entre muitos outros visitantes que se mostraram muito interessados”, acrescentou.
Aposta na inovação
A inovação tem estado sempre presente na CM Socks desde a sua génese, há 23 anos, sendo que a empresa fundada por Carlos Maia foi sempre procurando aperfeiçoar processos e lançando novos produtos – mais técnicos e de valor acrescentado – que têm conquistado mercado. Sinal dessa aceitação são os 7,5 milhões de euros de volume de negócios que a empresa atingiu no ano de 2016, e que representou um crescimento de 18% em relação ao ano anterior, sendo que para 2017 prevê-se que o crescimento seja ainda mais significativo.
Com a criação da nova meia, a empresa investiu cerca de 3 milhões de euros em nova maquinaria e tecnologia, tendo criado 140 novos postos de trabalho para responder à procura.
“Depois deste sucesso, que vai permitir, certamente, tornar a PST no nosso produto mais vendido, vamos aumentar a aposta nos mercados internacionais e avançar com a participação em várias feiras a nível mundial, para divulgação deste produto. Temos a certeza que vai ser um produto dedicado, praticamente a 100%, à exportação”, disse Carlos Maia ao Jornal Económico.
A empresa famalicense possui, neste momento, vendas realizadas nos cinco continentes, sendo que todos os meses saem das suas instalações cerca de 2,5 milhões de pares de meias, uma produção anual de cerca de 26 milhões de pares de meias por ano, que são distribuídas por mais de 20 mercados diferentes e que levam a chancela de grandes marcas, como a CAT, JCB, Coca-Cola, Dickies, Lotto, Dunlop, Umbro, Joma, Stanley, Lundsberg, TOG24, Hello Kitty, New Balance e Donnay, entre outras.
Além disso, esta é a única empresa em Portugal que aplica tratamento antibacteriano nas meias e também a única que possui detetor de metais no processo produtivo. A meia Pureco, uma das marcas mais representativas CM Socks, tem certificação OEKO-TEX e cumpre as normas europeias REACH, sendo que já representa 70% do volume de produção da empresa, mas poderá, muito em breve, ser suplantada pela produção da meia recentemente apresentada ao público.
Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.
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