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Coca-Cola avalia aumento de produção em Portugal

A fábrica da Coca-Cola em Azeitão não está a usar toda a capacidade de produção, estando em estudo a hipótese de aproveitar esse potencial ‘adormecido’ para exportar para diversos países da Europa.
5 Novembro 2017, 16h00

A Coca-Cola European Partners, um conjunto de 13 engarrafadores europeus que trabalha com a conhecida marca norte-americana em Portugal, está a estudar a possibilidade de aumentar a produção na fábrica da Coca-Cola em Azeitão, para exportar para diversos países da Europa a partir de Portugal. Em declarações ao Jornal Económico, Márcio Cruz, public affairs & communication manager da Coca-Cola European Partners (CCEP), revelou que “estamos a equacionar esse cenário e a tentar convencer os nossos acionistas a aumentar a produção na fábrica da Coca-Cola em Portugal”. A decisão, a ser tomada, já só deverá ter efeito no exercício de 2018.

“Estamos ainda a avaliar o impacto de uma medida como esta. Em Espanha, a Coca-Cola tem mais sete fábricas. Estamos a estudar se nos vamos especializar num produto concreto, num produto específico. Temos de analisar todos os business cases por prioridades”, esclareceu Márcio Cruz, em declarações exclusivas ao Jornal Económico.

De qualquer forma, este responsável acrescentou que se o reforço da produção da fábrica da Coca-Cola em Azeitão for por diante, servirá para reforçar as exportações da marca para outros mercados europeus, não fazendo sentido projetar exportações desta unidade para outras localizações geográficas. Márcio Cruz sublinhou que a unidade industrial da Coca-Cola em Portugal “é das melhoras fábricas da marca na Europa” e, tendo em conta a qualidade dos seus equipamentos, pode contribuir para reduzir de forma significativa a pegada ecológica do grupo.

Inaugurada em 1978, a unidade da Coca-Cola em Azeitão tem merecido diversos investimentos de ampliação e de renovação. Acima de tudo, nunca aproveitou a sua capacidade de produção ao máximo. De acordo com Márcio Cruz, a fábrica de Azeitão é utilizada entre 70% e 80% do seu potencial de produção nos três meses do verão, a época alta deste setor de atividade, baixando depois esta taxa de utilização da capacidade instalada para uma média entre 35% e 40% nos restantes nove meses do ano, o que permite antever a possibilidade de uma grande margem de crescimento na produção desta unidade.

Tiago Santos Lima, diretor de relações externas da Coca-Cola Portugal explicou ao Jornal Económico que a fábrica da conhecida marca norte-americana de bebidas em Portugal produziu no ano passado cerca de 210 milhões de litros de bebidas e refrigerantes, que resultaram num volume de negócios de cerca de 175 milhões de euros, mas tem capacidade para produzir 600 milhões de litros, mais do dobro do que representa a atual produção.

“Queremos crescer, mas é difícil dar um valor. Não prevejo, contudo, crescimentos a dois dígitos nos próximos anos em Portugal, mas sim a um dígito”, adiantou Tiago Santos Lima, sobre as perspetivas de crescimento da marca no mercado nacional. Sobre as especificidades do mercado português, este responsável sublinhou que “Portugal é muito forte no iced tea e prima por preferir sabores de sumos e de águas mais abertos”. Em Portugal, a Coca-Cola produz nove marcas, oito categorias de bebidas e mais de 100 referências.

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