México, Barcelona, Berlim, Madrid, Paris, Amesterdão, São Paulo, Miami… e agora Lisboa. A escola internacional de tecnologia Ironhack chegou a Portugal no final de 2018 e vai dar início aos cursos intensivos de programação, UX design e análise de dados já no próximo dia 18 de março, nas Galerias de São Bento. Após um investimento inicial de cerca de um milhão de euros para abrir portas, a curto prazo, esta ‘tech school’ pretende também organizar workshops gratuitos nas cidades do Porto, Coimbra e Setúbal.
“Queremos preparar a próxima geração de web designers e analistas de dados em Portugal. Abrimos campus nos mercados onde a lacuna de talentos é maior. Lisboa é o novo polo tecnológico da Europa. As empresas de tecnologia em Portugal, e especialmente em Lisboa, estão a atravessar uma enorme falta de talento”, explicou ao Jornal Económico Álvaro González, general manager da Ironhack Lisboa.
O Jornal Económico falou com duas antigas alunas, que se apaixonaram pela programação e deram uma volta de 180º às suas carreiras. Diana Álvarez, de Birmingham, era rececionista antes de frequentar o curso de Web Development desta escola. Conheceu-a “por casualidade” e hoje é engenheira de software na Melodi, tendo estado a trabalhar na cadeia noticiosa britânica BBC.
“Queria uma mudança profissional e comecei a procurar centros de formação. Li sobre os bootcamps e foi aí que descobri a Ironhack. Eles ensinam a aprender de maneira autossuficiente, com a qual a evolução da aprendizagem é muito mais rápida do que nos sistemas educacionais convencionais”, contou.
Quando fez esta formação tecnológica, há cerca de dois anos, Diana recebeu uma bolsa de estudos [de 10%] que a Ironhack criou para incentivar a inscrição de mulheres. Ainda assim, sabe que estes cursos representam “um gasto financeiro significativo”, útil para transformar o “desenvolvimento profissional”, na sua opinião. Isto porque, não é para todas as carteiras: a matrícula custa 6.000 euros.
Joana Amram, de 23 anos, ganhou o ‘bichinho’ da programação em 2016, depois de navegar no Snapchat, quando estava a estagiar na Karma Network (estava encarregue de lançar uma campanha nessa rede social). “Comecei a seguir influenciadores como Gary Vaynerchuk ou Mark Suster, que só falavam sobre coding e tecnologia. Diziam que não era fácil aprender online mas era por aí que se começava. Durante os tempos livres tentei, mas tornou-se difícil”, explicou.
Nessa altura, esta licenciada em Economia pela Nova SBE começou a analisar rankings de escolas, a ouvir podcasts e a ver vídeos com testemunhos de antigos estudantes, nas ânsias de uma formação mais prática do que a que tinha tido no Liceu Francês, no curso de verão da LSE, em Londres, e na mexicana ITAM. Mais tarde, voou até Madrid para o bootcamp da Ironhack.
“Sempre fui muito do tipo “faz as coisas acontecerem”. No bootcamp, logo na primeira semana, programei um jogo, três semanas depois programei uma aplicação e um mês depois um algoritmo. Fiquei apaixonada pela programação, para mim é como uma arte. Aconselho todas as pessoas mesmo que não gostem de matemática ou de computadores. A equipa e o ambiente são espectaculares. A imagem que eu tenho é coding, pizza e cerveja”, admite ao jornal.
Segundo o responsável pela Ironhack, que já formou 2.200 alunos, as instituições educativas locais continuam acriar currículos que não estão atualizados com a real procura do mercado de trabalho. “Todos os cursos têm uma semana final chamada “Semana da Contratação”, onde as empresas podem vir e conhecer os nossos talentos pessoalmente. Temos uma taxa de contratação de 90%”, refere Álvaro González.
E lá que os alunos tentarão tratar por ‘tu’ tecnologias como HTML, CSS, Node.js, ExpressJS, Angular2, MongoDB e Javascript. Ao princípio, o ecrã preto, apenas com algumas tab bars é desanimador, mas depois de (muitas) horas, o aprendiz de código torna-se capaz de montar e publicar na internet aquilo que construiu, garante Joana, que atualmente trabalha no Venture Lab.
Como funcionam os bootcamps?
A tempo inteiro durante nove semanas ou em regime de part-time durante 24 semanas, com os seguintes temas:
Web Development
User Experience & User Interface (UX-UI) Design
Data Analysis
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
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